Olá, Jorge! Obrigado pela visita e pelo comentário. Claro que, no uso pessoal da língua,somos livres na decisão de seguir ou não o NAO. Em 1911, no primeiro acordo que tivemos (que alterou pelo menos 10 vezes mais a língua do que o atual), vários intelectuais reagiram contra as mudanças (Teixeira de Pascoaes, Alexandre Fontes, Fernando Pessoa, entre outros). Fernando Pessoa continuou a escrever com ph... Gostaria, no entanto, de chamar a sua atenção para alguns detalhes: 1. Quanto à "rendição" ao Brasil, veja o texto do Formulário Ortográfico de 1943, que foi negociado por Portugal e Brasil, mas que acabou por ser aplicado apenas pelo Brasil, e concluirá que a questão não assim tão linear. 2. Nenhum país africano deixou de subscrever o Acordo pelas razões que indica. Pelo que sei, até 2015 as novas regras serão implementadas em todos os países da África lusófona. Em África, como no Brasil e em Portugal, há posições individuais e movimentos contra, mas não tenho conhecimento de nenhum governo que promova ou subscreva essas iniciativas. 3. Quanto ao "espetador", tratando-se de um caso de dupla grafia, pode continuar a escrever "espectador" (como eu próprio faço). Se consultar o Dicionário da Academia ou Grande Dicionário da Língua Portuguesa (Porto Editora), verificará que já lá está registada, há uns bons anos, a pronúncia "espetador", com o segundo e aberto. Ou seja, é uma situação que nada tem a ver com o Acordo, que se limitou a consagrar na escrita duas pronúncias diferentes. Por outro lado, querendo ler a palavra sem abrir o e, aquele que se espeta passivamente diante do televisor não é "espetador"? lol Assim, Jorge, continue a escrever "espectador" e a pronunciar o c, mas não espete nada no televisor. ;) Abraço. António Pereira P.s.: Não defendo nem condeno o Novo Acordo. Sou apenas um utilizador crítico em relação a algumas regras. No entanto, sou totalmente a favor da sistematização das regras do hífen que foi feita e que era necessária, pois a Convenção Ortográfica de 1945 não era cabal em relação ao assunto.
Olá, Jorge!
ResponderEliminarObrigado pela visita e pelo comentário.
Claro que, no uso pessoal da língua,somos livres na decisão de seguir ou não o NAO. Em 1911, no primeiro acordo que tivemos (que alterou pelo menos 10 vezes mais a língua do que o atual), vários intelectuais reagiram contra as mudanças (Teixeira de Pascoaes, Alexandre Fontes, Fernando Pessoa, entre outros). Fernando Pessoa continuou a escrever com ph...
Gostaria, no entanto, de chamar a sua atenção para alguns detalhes:
1. Quanto à "rendição" ao Brasil, veja o texto do Formulário Ortográfico de 1943, que foi negociado por Portugal e Brasil, mas que acabou por ser aplicado apenas pelo Brasil, e concluirá que a questão não assim tão linear.
2. Nenhum país africano deixou de subscrever o Acordo pelas razões que indica. Pelo que sei, até 2015 as novas regras serão implementadas em todos os países da África lusófona. Em África, como no Brasil e em Portugal, há posições individuais e movimentos contra, mas não tenho conhecimento de nenhum governo que promova ou subscreva essas iniciativas.
3. Quanto ao "espetador", tratando-se de um caso de dupla grafia, pode continuar a escrever "espectador" (como eu próprio faço).
Se consultar o Dicionário da Academia ou Grande Dicionário da Língua Portuguesa (Porto Editora), verificará que já lá está registada, há uns bons anos, a pronúncia "espetador", com o segundo e aberto. Ou seja, é uma situação que nada tem a ver com o Acordo, que se limitou a consagrar na escrita duas pronúncias diferentes.
Por outro lado, querendo ler a palavra sem abrir o e, aquele que se espeta passivamente diante do televisor não é "espetador"? lol
Assim, Jorge, continue a escrever "espectador" e a pronunciar o c, mas não espete nada no televisor. ;)
Abraço.
António Pereira
P.s.: Não defendo nem condeno o Novo Acordo. Sou apenas um utilizador crítico em relação a algumas regras. No entanto, sou totalmente a favor da sistematização das regras do hífen que foi feita e que era necessária, pois a Convenção Ortográfica de 1945 não era cabal em relação ao assunto.