domingo, 28 de setembro de 2008

Burka


Hoje tenho passado o dia a tentar reflectir os comentários do diHITT no meu blog. Trocas e baldrocas, alguns sustos pelo meio, mas lá consegui o que queria. Tive que mudar o template, coligir os widgets, mas pelo menos funciona. Obrigado a todos os que me ajudaram, especialmente ao Pablo, ao Lenon e à Monika.

Depois fui ver o correio e encontrei a aceitação de amizade da proprietária do blog Brasil na Itália.
Fui lê-lo e desde já daqui lhe endereço cordiais saudações e parabéns pelo blog.

O artigo de hoje pareceu-me deveras interessante.
Tem por título "Você acha que uma mulher que veste a burka deve ter direito a cidadania europeia ?" e conta a história de uma mulher marroquina, de 32 anos, Faiza M., casada com um francês que recebeu uma resposta negativa ao pedido de cidadania na França, devido ao seu hábito de vestir a burka (burqa).
E a autora do texto refere que foi a segunda vez que o pedido de cidadania de Faiza M. foi negado. A justificação foi "falta de assimilação". Segundo o Supremo Tribunal francês a mulher "adotou, em nome de uma prática radical da sua religião, um comportamento social incompatível com os valores da sociedade francesa, com particular referência à igualdade dos sexos."
Obviamente que o acordão do Supremo Tribunal francês não se limitará a esta curta frase e, por ventura, conterá outros argumentos bem mais "fundamentadores" da decisão. A chamada à religião não me parece um argumento que devesse ser usado, especialmente num país que defende valores de "Liberté, Égalité, Fraternité", incluindo a liberdade religiosa. A igualdade dos sexos também é, a meu ver, pura e simples palermice neste caso concreto.
É claro que cada país soberano tem o direito de aceitar (ou não) qualquer pessoa como seu cidadão nacional e segundo as suas próprias regras. Eu não critico, por isso, a decisão da França.
Mas pergunto o que se deveria fazer se uma cidadã francesa, por ascendência e nascimento, resolvesse adoptar o religião muçulmana e passasse a vestir burka pelas ruas de Paris. Certamente que não se lhe retiraria a nacionalidade francesa.
O que me parece é que o problema deve ser outro: o uso da bruka em locais públicos.
Agora imaginemos o quadro seguinte: 9 horas da manhã em Lisboa e entram 2 "figuras" envergando burkas numa dependência bancária.
Não acredito que isso fosse encarado com toda a normalidade e até acho que seria muito possível que alguém accionasse o alarme.
O problema, a meu ver, é de segurança. Segurança dos cidadãos e do próprio Estado.
O assunto terá, mais tarde ou mais cedo, que preocupar os governos ocidentais e levar a legislação nesse sentido.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Saramago, um Prémio Nobel na blogosfera

Começo hoje com uma afirmação que muitos vão dizer que é uma barbaridade, um sacrilégio: Eu não gosto de ler Saramago.
Gosto de ler ideias expressas em palavras singelas, que se apreendem facilmente... do que se vai lendo sem esforço desnecessário.
Porque será que se complicam as coisas quando se pode ser simples e conciso? Porque será que se escrevem parágrafos enormes para dizer algo que poderia ser dito em 4 ou 5 palavras e ponto final ?
Pontua mal ? Como eu, aliás.
Um exemplo ?
"O lugar estava ali, a pessoa apareceu, depois a pessoa partiu, o lugar continuou, o lugar tinha feito a pessoa, a pessoa havia transformado o lugar."
Desculpem, mas não gostei.
Mais exemplos ?
"Quando, em 1147, depois de um cerco de três meses, os Mouros foram vencidos, o nome da cidade não mudou logo na hora seguinte: se aquele que iria ser o nosso primeiro rei enviou à família uma carta a anunciar o feito, o mais provável é que tenha escrito ao alto Aschbouna, 24 de Outubro, ou Olissibona, mas nunca Lisboa."
Não entendo aqueles dois pontos. Eu teria colocado ali um ponto final. Mas isso sou eu, que não sou escritor e muito menos Prémio Nobel de Literatura.
"Se o cinema já existisse então, se os velhos cronistas fossem operadores de câmara, se as mil e uma mudanças por que Lisboa passou ao longo dos séculos tivessem sido registadas, poderíamos ver essa Lisboa de oito séculos crescer e mover-se como um ser vivo, como aquelas flores que a televisão nos mostra, abrindo-se em poucos segundos, desde o botão ainda fechado ao esplendor final das formas e das cores."
Desculpem, mas também não gostei. Demasiadas imagens num só parágrafo.

Não quero com isto dizer que não goste de algumas das suas ideias, que não comungue de muitas das suas preocupações, que não advogue, por vezes, as mesmas soluções.
No fundo eu até gosto do José Saramago, como pessoa, como homem de ideais polémicos. Só não gosto da maneira como ele trata a língua portuguesa.

Bom, os meus leitores já têm aqui motivos de sobra para comentar e me baterem. Felizmente que as pancadas não me vão provocar dor física.

Mas não era esse o tema do meu escrito de hoje.
O que eu queria dizer-vos é que José Saramago se iniciou na blogosfera no passado dia 17.
O primeiro artigo:
"Palavras para uma cidade
Setembro 17, 2008
Mexendo nuns quantos papéis que já perderam a frescura da novidade, encontrei um artigo sobre Lisboa escrito há uns quantos anos, e, não me envergonho de confessá-lo, emocionei-me. Talvez porque não se trate realmente de um artigo, mas de uma carta de amor, de amor a Lisboa. Decidi então partilhá-la com os meus leitores e amigos tornando-a outra vez pública, agora na página infinita de internet e com ela inaugurar o meu espaço pessoal neste blog." Ler aqui.

Saúdo o seu aparecimento. Vou ser leitor assíduo e atento. Só lamento que ele não permita comentários no bogue, como nós, os simples mortais.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Tiger Woods e a Nike

Quantos logótipos lutaram pela sua atenção desde que acordou até estar a ler este artigo? Quantos consegue detectar se tirar os olhos do monitor durante um instante? Todos tentam, com maior ou menor sucesso, ganhar destaque e ficar com uma fatia do bolo do seu subconsciente, pois é de um bom logótipo que advêm os primeiros e principais valores de uma marca.
Mas como integrar estes valores num símbolo facilmente perceptível e imediatamente diferenciável? Experimente conceber o seu logótipo pessoal e aperceba-se da verdadeira dimensão do desafio. Forma, cores, traço, tipo de letra, todos se têm de se conjugar para transmitir a personalidade, a atitude, a essência humana que apenas lhe pertence a si. Uma essência a cuja evolução o logótipo se deverá adaptar ao longo das décadas, como ilustra este fascinante vídeo. Afinal, não basta viver - acima de tudo, o logo tem de sobreviver aos rigores do tempo.

DOIS DÓLARES POR HORA

No pátio da Universidade Estadual de Portland, nos EUA, dezenas de alunos saboreiam o suave arejo de Verão que abana as árvores frondosas do recinto. Carolyn Davidson, estudante de design, já atravessou este espaço centenas de vezes, mas hoje, ao apressar-se para uma reunião no final deste segundo semestre lectivo de 1971, a jovem de 29 anos está, sem se dar conta, a poucas passadas de fixar para sempre o seu nome na história moderna das artes gráficas.
Semanas antes, Phil Knight, professor de Contabilidade na instituição, reparara nos trabalhos desenhados por Carolyn e convidara-a para um projecto a tempo parcial. Knight, praticante de atletismo, tinha fundado com o seu treinador uma companhia de sapatilhas de alta competição. O empreendimento, denominado Blue Ribbon Sports, estava prestes a lançar um novo modelo de sapatilha, para o qual Knight necessitava de um logótipo.
Agora, reunida com os dois homens, Carolyn apresenta as suas propostas gráficas. Como as caixas das sapatilhas têm de ser impressas já no dia seguinte, não há tempo para decisões prolongadas. Phil Knight aponta o dedo e faz a sua escolha. "Não o adoro, mas vou-me habituar a ele", diz perante o olhar ansioso de Carolyn. Eis o logótipo escolhido: um simples traço em curva bem carregado, lembrando uma pincelada de dinamismo, um visto de energia, um ímpeto alado. Pelos seus serviços, a estudante cobra um total de 35 dólares. 35 anos depois, este pequeno símbolo representa por si só uma marca mundial avaliada em mais de três dezenas de milhares de milhões de euros. Carolyn desenhara o logo da Nike.

SWOOSH

O elemento gráfico da Nike assume-se hoje como verdadeiro ideograma, pois é um dos poucos símbolos capazes de identificar uma marca em praticamente todo o planeta sem necessidade de qualquer texto. Contudo, este feito não se alcançou de um dia para o outro. A genialidade do trabalho gráfico da jovem artista foi preponderante para conferir à marca uma imagem universal imediatamente assimilável, mas toda a gigantesca máquina corporativa que a empresa construiu ao longo dos anos teve também um papel crucial. De facto, só em 1995 o famosíssimo "swoosh" foi registado individualmente como imagem de marca, prescindindo do texto "Nike".

Esta necessidade de identificação gráfica instantânea é inerente ao homem como ser social. Desde a simbologia de qualquer religião aos emblemas dos estandartes dos antigos exércitos, tomar o todo por um logo sempre se comprovou fundamental para transmitir poder, medo, respeito, capacidade, honra ou força de carácter depois de um único vislumbre. O moderno universo das imagens de marca não é mais do que a transposição dessa chamada visual para a arena do mercado de massas. (Fonte: Dicionário Digital)

Todos os praticantes de golfe, e muitos que o não são, conhecem Tiger Woods e sabem-no desde sempre ligado à imagem da Nike.
Ver a imagem de Tiger é ver a imagem da Nike. Usar produtos Nike é sempre lembrar-se de Tiger. Esta dualidade de sentidos ficará certamente na história da publicidade por longos anos.

Três vídeos desta dupla. Vale a pena ver porque são pequenos e vai divertir-se.



terça-feira, 23 de setembro de 2008

O anoitecer na Terra - Fotografias de satélite

Fotografia do anoitecer na Europa e África, num dia sem nuvens, vista de um satélite em órbita.
Observem como as luzes já estão acesas em Roma, Paris e Barcelona e no entanto, em Londres, Lisboa e Madrid ainda é dia claro.
No meio do Oceano Atlântico podem identificar-se os Açores, mais abaixo a Madeira, ao longe as Ilhas Canárias e o arquipélago de Cabo Verde.
O mais impressionante é a visão perfeita das Plataformas Continentais envolvendo as Ilhas Britânicas, à esquerda em cima o Canadá e ao centro a Islândia.



As fotos seguintes, tiradas de um satélite, são do anoitecer de um dia qualquer no Brasil, enquanto as pessoas estão a voltar para casa, ou "indo pro boteco", ou para faculdade...
A primeira foto é a visão real, ao passo que a segunda, através de um efeito do satélite, realça as luzes acesas das cidades.



Ilusão Óptica

Olhe fixamente para o X no centro da imagem e espere até aparecer a seguinte.
Verá uma imagem a cores, mas na realidade ela é a preto e branco.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Diamantes de Sangue

Vem este artigo a propósito de um documentário que eu vi, ontem à noite, no Canal de História. Chamava-se Diamante de Sangue.
O terrifíco cenário apresentado, até porque Angola foi a terra da minha juventude, à qual me ligam sentimentos profundos, fez-me pensar que seria bom falar disso. Aqui vai:

Nas décadas de 1980 e 1990, alguns países da África ocidental e central, desintegraram-se num banho de sangue de torturas, assassinatos e guerra civil. A carnificina foi motivada pelo comércio ilegal de pedras preciosas. São os diamantes que adornam os dedos de milhões de pessoas em todo o mundo. As enormes somas de dinheiro e armas que se trocaram por diamantes contribuíram para criar duas das guerras civis mais sangrentas de África e provocaram atrozes ataques contra os direitos humanos dos civis. Por este motivo, as pedras preciosas chegaram a ser conhecidas como "os diamantes de sangue" ou "os diamantes do conflito".
Os “diamantes de sangue” alimentam conflitos, guerras civis e violações dos Direitos Humanos.
Durante estes conflitos, as receitas do tráfico de diamantes ascendem a biliões de dólares e têm sido usadas pelos senhores da guerra e pelos rebeldes para comprar armas. Estima-se que 3.7 milhões de pessoas morreram devido ao conflito causado pelos diamantes em Angola, na República Democrática do Congo (RDC), na Libéria e na Serra Leoa.
Enquanto que as guerras em Angola e na Serra Leoa terminaram e as lutas na RDC diminuíram, o problema do conflito dos diamantes ainda não acabou.
Apesar de existir um esquema internacional de certificação de diamantes, chamado Processo de Kimberley, que foi lançado em 2003, o conflito dos diamantes da Costa do Marfim encontrou um novo caminho através do Ghana para o mercado internacional dos diamantes. Como mostra o conflito na Serra Leoa, mesmo um pequeno número de diamantes pode originar uma enorme devastação num país. Entre 1991 e 2002 mais de 50.000 pessoas foram mortas, mais de 2 milhões deslocadas do país ou feitas refugiadas e milhares foram mutiladas, violadas e torturadas. Hoje, o país está a recuperar das consequências do conflito.
Na Serra Leoa e em Angola "a guerra acabou mas, apesar da riqueza dos diamantes, ouro e bauxite, titânio, etc., subsistem muitos males que a geraram: desemprego, pobreza, corrupção, mau governo, juventude sem esperança; 70% dos seis milhões de nascidos na Serra Leoa tem menos de um dólar por dia. Freetown, a capital, é um campo de refugiados que transborda pobreza selvagem" (Hala Jaber, no Sunday Times).
..."conduzida por um bando de rebeldes que um militar saído dos campos de treino na Líbia chefiou, a guerra implicou dezenas de milhares de crianças- -soldados recrutadas à força, e gerou onda de atrocidades tremenda: violações sistemáticas, mutilações (é costume na fúria dos guerreiros amputar mãos, pés e orelhas), deslocados e mortos . O esforço de manutenção da paz dirigido pela ONU fez asfaltar centenas de quilómetros de estradas e construir ou reabilitar 153 escolas e 76 hospitais; criaram escolas especiais para recuperação das crianças-soldados". Mas o desespero persiste: "O fosso entre ricos - que controlam o poder político e o negócio dos diamantes - e a grande massa do povo é cada vez maior. Mais de metade da população têm menos de 35 anos e o desemprego ronda os 80%." (Lydia Polgreen, no The New York Times)

O lançamento, em 2006, do filme “Diamante de Sangue”, de Edward Zwick, realizador de O Último Samurai e Tempo de Glória, é a oportunidade de relembrar aos governos e à indústria dos diamantes, que têm de assegurar que os diamantes proveniente de zonas de conflito não devem encontrar forma de entrar no mercado de consumo.
Com o cenário da guerra civil da Serra Leoa, o filme conta a história do encontro do mercenário Danny Archer, que contrabandeia os diamantes de sangue (usados para financiar a compra de armas para a guerra), Solomon Vandy, um pescador que é separado da família por um dos ataques do grupo rebelde (Frente Revolucionário Unido) e vai para uma mina de diamantes, onde encontra um raro e grande diamante rosa, e da jornalista idealista Maddy Bowen, que investiga sobre os diamantes de sangue e seu comércio ilegal. Tudo isso envolto numa aventura perigosa da caça ao diamante com cenas reais sobre a guerra, mostrando as decapitações de membros dos civis pelos rebeldes, as barbaridades a que são sujeitas as crianças-soldados e o alheamento do resto do mundo diante tais atrocidades.
O pequeno vídeo de apresentação do filme, dobrado em português do Brasil, por ser visto a seguir:

sábado, 20 de setembro de 2008

Pedro Hispano - João XXI, o Papa Português

Pedro Julião, também conhecido como Pedro Hispano, nasceu em data desconhecida, antes de 1226 e faleceu em 20 de Maio de 1277. Foi coroado Papa a 20 de Setembro de 1276, há precisamente 732 anos. Foi também um famoso médico, professor e matemático português do Século XIII.

Pedro Hispano, nasce em Lisboa, muito provavelmente na área da actual freguesia de São Julião, em data não determinada exactamente, mas antes de 1226. É filho de Julião Rebelo, médico, cuja profissão segue, e de Teresa Gil.
Estudou na Escola Episcopal de Lisboa, tendo mais tarde cursado na Universidade de Paris ou Universidade de Montpellier (não está bem definido) com mestres notáveis, como São Alberto Magno, e tendo por amigos e colegas São Tomás de Aquino e São Boaventura.
Estuda medicina e teologia, dialética, lógica e principalmente a física e metafísica de Aristóteles.
Entre 1246 e 1252 ensinou medicina na Universidade de Siena, onde escreveu algumas obras, de entre as quais se destaca o Tratado Summulæ Logicales que foi o manual de referência sobre lógica aristotélica durante mais de trezentos anos, nas universidades europeias, com 260 edições em toda a Europa, traduzido para grego e hebraico.
A sua obra científica De oculo, um tratado de Oftalmologia, tem ampla difusão nas universidades europeias.
Diz-se que quando Miguel Ângelo adoeceu gravemente dos olhos, devido ao muito trabalho na decoração da Capela Sistina, encontrou remédio numa receita de Pedro Hispano.
Também escreveu, o ‘Thesaurus Pauperum’ (Tesouro dos pobres), em que descreve várias doenças e os seus tratamentos, com cerca de uma centena de edições e que foi traduzido para 12 línguas.
Antes de 1261, ano em que é eleito decano da Sé de Lisboa, Pedro Hispano torna-se sacerdote.
Afonso III de Portugal coloca-o como prior da Igreja de Santo André (Mafra) em 1263, e logo a seguir é nomeado para cónego e deão da Sé de Lisboa, Tesoureiro-mor na Sé do Porto e Dom Prior na Colegiada Real de Santa Maria de Guimarães.
Em 1273 Pedro Hispano foi nomeado Arcebispo de Braga pelo Papa Gregório X.
No ano seguinte, participa no XIV Concílio Ecuménico de Lião, onde Gregório X o nomeia Cardeal-Bispo com o título de Tusculum-Frascati, da Diocese suburbicária de Frascati. Isto permitia a Gregório X poder contar com os serviços médicos do português.
Pouco depois Pedro Hispano regressa a Portugal, ao Arcebispado de Braga. Mas por pouco tempo. Volta à corte pontifícia e Gregório X nomeia-o seu médico principal em 1275.
A eleição de Pedro Julião (Pedro Hispano), em conclave realizado em Viterbo, tem lugar a 13 de Setembro e coroado a 20 de Setembro de 1276, e adopta o nome de João XXI.

João XXI irá ver o seu breve pontificado (de pouco mais de 8 meses) caracterizado por vários insucessos. Esforça-se por libertar a Terra Santa em poder dos Turcos, que não consegue ver. Tenta reconciliar grandes nações europeias, como França, Alemanha e Castela, dentro do espírito da unidade cristã. Sem sucesso.
Porém, dotado de grande simplicidade, recebe em audiência tanto os ricos como os pobres.
Dante, na Divina Comédia, coloca a alma de João XXI no Paraíso, entre as almas que rodeiam a alma de São Boaventura, apelidando-o de “aquele que brilha em doze livros”, menção clara a doze tratados escritos pelo erudito pontífice português.
O rei aragonês Afonso X de Leão e Castela, o Sábio, pai de Santa Isabel, esposa de D. Dinis de Portugal, elogia-o em forma de canção no "Paraíso".
Mais interessado no estudo que nas tarefas pontifícias, João XXI delega no Cardeal Orsini, o futuro Papa Nicolau III, os assuntos correntes da Sé Apostólica.
Sentindo-se doente, afasta-se para a cidade de Viterbo, a norte de Roma, onde morre a 20 de Maio de 1277, com 51 anos, soterrado pelo desmoronamento das paredes do seu aposento, quando o palácio apostólico estava em obras.
Foi sepultado junto do altar-mor da Catedral de São Lourenço, naquela cidade.
No século XVI, durante os trabalhos de reconstrução do templo, os seus restos mortais foram trasladados para um modesto
túmulo.
Só após o esforço da Câmara Municipal de Lisboa, através de João Soares então seu presidente, o mausoléu foi colocado, a título definitivo, ao lado do Evangelho da Catedral de Viterbo, a 28 de Março de 2000.

Nota final:
Durante a pesquisa para este artigo encontrei uma referência a outro Papa, de nome Dâmaso I, que teria nascido em Guimarães ou Idanha-a-Velha no ano de 305, e que teria sido Sumo Pontífice entre 366 e 384. Assim sendo, embora Portugal não existisse como país nessa altura, e se ele realmente nasceu em Guimarães, é de considerá-lo como português. Um assunto a aprofundar pelos historiadores.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

A Ferreirinha

Tem este artigo oportunidade por três razões:

1 - Começou a época das vindimas no Douro.
2 - O Douro Vinhateiro é umas das regiões mais belas de Portugal e a sua divulgação é obrigatória para quem se propõe mostrar o nosso país, as nossa gentes, os nossos ilustres antepassados.
3 - A RTP resolveu, e eu aplaudo, repetir a transmissão da excelente série A FERREIRINHA, da autoria de Moita Flores, que já anteriormente referi neste blogue.

Estas fotos são o espelho de uma região rica e bela, por vezes ainda tão arredia dos corredores do Poder Central de Lisboa.





Antónia Adelaide Ferreira
(1811-1896)

Antónia Adelaide Ferreira, empresária vinhateira portuguesa, nasceu em 1811.
Ficou famosa por se ter dedicado ao cultivo do vinho do Porto e introduzindo notáveis inovações.
Nasceu numa família abastada do Norte com créditos no cultivo da vinha para vinho do Porto.
O pai, José Bernardo Ferreira casou-a com um primo, mas este não se interessou pela cultura da família e delapidou alegremente parte da fortuna.
D. Antónia teve dois filhos e quando ficou viúva com 33 anos despertou nela a sua verdadeira vocação de empresária.
Sabe-se que a "Ferreirinha", como era carinhosamente conhecida, se preocupava com as famílias dos trabalhadores das suas terras e adegas.
Com o apoio do administrador José da Silva Torres, mais tarde seu segundo marido, D. Antónia Ferreira lutou contra a falta de apoios dos sucessivos governos, mais interessados em construir estradas e comprar vinhos a Espanha.
Lutou contra a doença da vinha, a filoxera e deslocou-se a Inglaterra para se informar de meios mais modernos de combate à moléstia, bem como processos mais sofisticados de produção do vinho.
A "Ferreirinha" investiu em novas plantações de vinhas em zonas mais expostas ao Sol, não descurando as plantações de oliveiras, amendoeiras e cereais.
A Quinta do Vesúvio, a mais famosa das suas propriedades era por ela percorrida e vigiada de perto.
Em 1849 a produção vinícola era já de 700 pipas de vinho.
Mercê de bons acordos, grande parte dos vinhos foi exportada para o Reino Unido, ainda hoje o primeiro importador de Vinho do Porto.
Quando faleceu, em 1896, deixou uma fortuna considerável e perto de trinta quintas.
No Douro para o mundo passou a lenda da sua tenacidade e bondade.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Paralímpicos Pequim 2008 - Cerimónia de Encerramento

Terminaram os Jogos Paralímpicos de Pequim 2008.

Aqui ficam os vídeos da magnífica Cerimónia de Encerramento completa e o da ligação a Londres, onde se realizarão os jogos em 2012.

Realcemos a participação dos atletas dos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOPs) e o número de medalhas conquistadas:

Angola - 3 medalhas (3 de prata)
Brasil - 47 medalhas (16 de ouro, 14 de prata e 17 de bronze)

Portugal - 7 medalhas (1 de ouro, 4 de prata e 2 de bronze)


De destacar o posição do Brasil, um brilhante 9º lugar no rank das nações concorrentes.

Parabéns a todos os participantes

Parte 1



Parte 2



Parte 3



Parte 4



Parte 5



Parte 6



Cerimónia em Londres

terça-feira, 16 de setembro de 2008

O Castelo de Almourol


Situado numa pequena ilhota escarpada, no meio do rio Tejo, um pouco a jusante da confluência do Tejo com o rio Zêzere, o Castelo de Almourol é dos monumentos militares medievais mais emblemáticos e cenográficos da época da Reconquista da Península aos mouros, sendo, ao mesmo tempo, um dos que melhor evoca a memória dos Cavaleiros Templários em Portugal.
Foi cenário de batalhas históricas.
Foi conquistado por D. Afonso Henriques aos mouros e com histórias mil para contar. A explicação é simples. Afinal de contas, trata-se de uma propriedade do Exército português, inevitavelmente incluída nos roteiros turísticos nacionais e de além-fronteiras.
Fica localizado entre Vila Nova da Barquinha e Constância e tem cerca de 310 metros de comprimento, 75 de largura e apenas 18 de altura.
Apesar de classificado como monumento nacional desde 1910, esta construção secular depende há muito da teimosia de alguns, e do descuido de outros tantos, em conservar a memória deste guardião do Tejo.
O cenário é romântico e idílico.
Ao amanhecer, a paisagem mais parece retirada de um postal antigo, com aquela austera fortaleza envolta por suaves luzes matinais e por uma misteriosa bruma.
A travessia das águas do Tejo faz-se em pouco mais de três minutos, mas pode prolongar a viagem por mais alguns instantes se pedir ao barqueiro para dar a volta a todo o ilhéu.
Há, então, que lançar as amarras para pisar o palco de solenes e sangrentas batalhas históricas e até mesmo de uma recente novela da televisão brasileira, em que um dantesco vampiro assomou à imponente torre de menagem.
A vista a partir de Almourol é fantástica, explicando o porquê da sua intensiva utilização militar.
Vá, com atenção, e até pode ser que, no meio dos escondidos caminhos em cimento construídos pelos militares que já percorreram o local em jeito de circuito, descubra a entrada de um dos misteriosos túneis que, reza a historia contada de boca em boca, ligavam a ilha às margens.
Aqui e ali sempre pode admirar elementos antigos, tais como a cruz patesca, o antigo emblema templário, esculpido na pedra sobre um portal que terá servido um possível varandim antes empoleirado na torre de menagem.



Se for de olhos bem abertos, ou acompanhado por alguém conhecedor, verá o que resta do que se julga terem sido os tronos do castelo. Esculpidos na rocha granítica, e já quase indetectáveis, sofrem, assim como tudo o resto, uma lenta erosão.
A sua história conhecida e registada por achados arqueológicos no local remonta à época da ocupação romana da Península Ibérica, por volta do século II a.C.. O romanos apoderaram-se do que então seria um castro lusitano ilhado no meio do rio. Mais tarde, alanos, visigodos e mouros também ali assentaram arraiais, até que, em 1129, o primeiro rei de Portugal tomou de assalto e conquistou esta fortaleza estratégica.



Antes disso já Almourol havia sido palco de outras histórias, desta feita de amor, e que facilmente se converteram em lendas. Entre as mais populares está o episódio dramático que relata o amor proibido entre a filha de um cruel senhor feudal godo e um pagem mouro, e o de uma princesa mourisca, de seu nome Ari, que se deixou encantar por um cavaleiro cristão, o que lhe valeu ficar “peada” (com a perna presa por uma corda) a mando de seu pai.
Com a história da Ari “peada” surgiu Arripiada que, com o correr dos tempos, resultou em Arripiado, nome de uma pitoresca aldeia à beira-Tejo, situada um pouco a Norte de Vila Nova da Barquinha e de Tancos.
Reedificado em 1171 por Gauldim Pais, mestre dos Templários e monge-cavaleiro a quem D. Afonso Henriques havia doado Almourol, foi aos poucos perdendo relevância na luta pela Terra Santa, dado o avanço dos combates e das conquistas para Sul por parte dos cruzados lusitanos.
Entretanto, já no reinado de D. Dinis (de 1279 a 1325), dá-se a extinção da Ordem dos Templários, com todos os seus bens e direitos a passarem para as mãos da Ordem de Avis. Daí em diante Almourol sofreu várias alterações, com algumas das mais profundas a serem levadas a cabo já no século XIX e ao longo de grande parte do seguinte.
No século XX, o conjunto foi adaptado a Residência Oficial da República Portuguesa, aqui tendo lugar alguns importantes eventos do Estado Novo. O processo reinventivo, iniciado um século antes, foi definitivamente consumado por esta intervenção dos anos 40 e 50, consumando-se, assim, o fascínio que a cenografia de Almourol causou no longo Romantismo cultural e político português.

Os Templários em Almourol



Vídeo de Hugo Almeida incluído no site oficial do Castelo de Almourol

Depois da publicação deste excelente vídeo, e em resposta a um email meu, recebi o seguinte:

"Antes de mais muito obrigado pela atenção e apoio demonstrado em promover o mini documentário que realizei sobre os Templários em Almourol.
O meu nome é Hugo de Almeida, sou o realizador e produtor desse trabalho que foi feito no desencadear de um plano de promoção na Internet que tracei durante 9 meses para o Castelo de Almourol, que entre outros teve o seu auge neste documentário, que já foi premiado pela Divx Inc., uma multinacional americana que tinha uma das maiores comunidades de vídeo do mundo. Sempre foi muito pouco reconhecido em Portugal, mas no estrangeiro tem sido muito bem recebido. Ainda recebo mails de maçons de todo o mundo a pedir-me para ir filmar aos seus países histórias sobre os templários.
Apesar de estar no site do castelo de Almourol, foi uma produção que funcionou quase como um presente meu para a câmara de Vila Nova da Barquinha, para promover o Castelo, dadas as extremas limitações orçamentais, restando-me utilizá-lo para promover o meu trabalho."

O trabalho de Hugo Almeida merece ser visto clicando aqui.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Agatha Christie

Agatha Mary Clarissa Mallowan (Torquay, 15 de Setembro de 1890 — Wallingford, 12 de Janeiro de 1976), mundialmente conhecida como Agatha Christie, foi uma romancista policial britânica e autora de mais de oitenta livros. Seus livros são os mais traduzidos de todo o planeta, superados apenas pela Bíblia e pelas obras de Shakespeare. É conhecida como Duquesa da Morte, Rainha do Crime, entre outros "títulos".

Criou os famosos personagens Hercule Poirot, Miss Marple, Tommy e Tuppence Beresford e Parker Pyne.

Nasceu em 15 de Setembro de 1890.

Os seus livros venderam mais de um bilião de cópias em inglês, além de outro bilião, em línguas estrangeiras.
É a escritora mais publicada de todos os tempos em qualquer idioma, somente ultrapassada pela Bíblia, e mais que Shakespeare.
É autora de oitenta romances policiais e colecções de pequenas histórias, dezanove peças e seis romances, escritos sob o nome de Mary Westmacott.
Agatha foi pioneira ao fazer com que os desfechos de seus livros fossem extremamente impressionantes e inesperados, sendo praticamente impossível ao leitor descobrir quem é o criminoso.
Casou-se pela primeira vez em 1914, com o Coronel Archibald Christie, piloto do Corpo Real de Aviadores. O casal teve uma filha, Rosalind, e divorciou-se em 1928.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Agatha trabalhou num hospital e numa farmácia, funções que influenciaram seu trabalho: muitos dos assassinatos nos seus livros foram cometidos com o uso de veneno.
Em 1930, casou-se com o arqueólogo Sir Max Mallowan. Mallowan era 14 anos mais jovem que a escritora, e suas viagens juntos contribuíram com material para vários de seus romances situados no Médio Oriente. O casamento duraria até a morte da escritora.
Em 1971 ela recebeu o título de Dama da Ordem do Império Britânico.
Agatha Christie morreu em 12 de janeiro de 1976, aos 85 anos de idade, de causas naturais, na sua residência - Winterbrook, em Wallingford, Oxfordshire. Está sepultada no Cemitério da Paróquia de St. Mary, em Cholsey, Oxon.

domingo, 14 de setembro de 2008

Zé Povinho - Rafael Bordalo Pinheiro

Zé Povinho é uma personagem de crítica social, criada por Rafael Bordalo Pinheiro e adoptada como personificação nacional portuguesa.
Apareceu pela primeira vez no 5º exemplar d'A Lanterna Mágica a 12 de Junho de 1875, num desenho alusivo aos impostos, onde se representava Fontes Pereira de Melo vestido de Stº António com o "menino" D. Luís I ao colo, enquanto Serpa Pimentel (Ministro da Fazenda) sacava o dinheiro do Zé, que permanecia boquiaberto a coçar a cabeça vestido com um fato rural gasto e roto. Ao lado, o comandante da Guarda Municipal, observa de chicote na mão, para prevenir uma eventual resistência.
De calças remendadas e botas rotas, é a eterna vítima dos partidos regenerador e progressista, dando a vitória a uns ou outros em época eleitoral. Usando como expressão corporal o manguito e a mão coçando aflita a grenha farta, foi sem dúvida um trunfo na denúncia duma economia capitalista frouxa nas páginas d'A Lanterna Mágica, berço da genial criação do símbolo do povo português. O sucesso obtido foi tal que Bordalo acabou por recriar no barro, em tinteiros, cinzeiros e apitos, a figura-símbolo do povo português ao lado da inseparável Maria da Paciência, velha alfacinha alcoviteira.
Nos números seguintes, o Zé Povinho continuou a surgir de boca aberta e a não intervir, resignado perante a corrupção e a injustiça, ajoelhado pela carga dos impostos e ignorante das grandes questões. O próprio Rafael Bordalo Pinheiro diz: "O Zé Povinho olha para um lado e para o outro e... fica como sempre... na mesma".

"Mas se ele é paciente, crédulo, submisso, humilde, manso, apático, indiferente, abúlico, céptico, desconfiado, descrente e solitário, também não deixa por isso de nos aparecer, em constante contradição consigo mesmo, simultaneamente capaz de se mostrar incrédulo, revoltado, resmungão, insolente, furioso, sensível, compassivo, arisco, activo, solidário, convivente...".(João Medina in "O Zé Povinho, caricatura do «Homo Lusitanus»")

Tem como característica principal o gesto do manguito, representando a sua faceta de revolta e insolência. Tornou-se uma figura identificativa do povo português, criticando de uma forma humorística muitos dos problemas sociais e políticos da sociedade portuguesa, e caricaturando o povo português na sua característica de eterna revolta perante o abandono e esquecimento da classe política, embora pouco ou nada fazendo para alterar a situação.

"Crescido, Zé Povinho correspondeu perfeitamente às esperanças que n'elle depositaram os solicitos poderes do reino. Como desenvolvimento de cabeça elle está mais ou menos como se o tivessem desmamado hontem. De musculos, porém, de epiderme e de coiro, endureceu e calejou como se quer, e , cumprindo com brio a missão que lhe cabe, elle paga e súa satisfactoriamente. De resto, dorme, resa e dá os vivas que são precisos. Um dia virá talvez em que elle mude de figura e mude tambem de nome para, em vez de se chamar Zé Povinho, se chamar simplesmente Povo. Mas muitos impostos novos, novos emprestimos, novos tratados e novos discursos correrão na ampulheta constitucional do tempo antes que chegue esse dia tempestuoso."
"Por tudo pois, ao resumirmos n'estes leves traços, a interessante historia de Zé Povinho, o nosso parabem cordeal a seus sabios e carinhosos paes ós Publicos Poderes." (Ramalho Ortigão)

"POIS BONS-DIAS MEUS SENHORES...

Ainda não se deram bem conta da minha existência. E sou personagem importante, o meu nome é Zé Povinho. Lá mais para o fim do século hei-de ser bem representado mas quem me vai dar vida ainda não nasceu.

O país anda às voltas. Parece que não se entendem. Isto do Rei ter fugido para o Brasil veio trazer grandes complicações. Ora uns, ora outros, todos querem o poder.
Como se não bastasse a política, juntou-se-lhe uma guerra de irmãos - D. Pedro (o Liberal) , D. Miguel (o Absolutista). E o poder vai saltando de mãos durante algum tempo até que as coisas se estabilizem.
No meio cá ando eu. Lá vou observando o que se passa. Não sou político, mas vou tirando as minhas conclusões. Não é que elas valham muito agora, mas há-de chegar um dia que todos encherão a boca com o meu nome. Aguento como posso, e quando as coisas me irritam, encho-me de força. Arreda que vai tudo em frente. Não acreditam? Pois bem, eu vos conto.
Lá por volta de 1842, estava tudo mais sereno quando um camponês, vindo da Beira, faz um golpe de direita que o leva ao poder. Não, não é o tal, este chama-se Costa Cabral e é formado em Direito e o outro será em Finanças. Só que às vezes, com homens da mesma laia, a história repete-se...
A ditadura não é do meu agrado. Em 1846 vem a proibição de enterrar os mortos nas igrejas. Mais me faz desconfiar a história dos registos de propriedades. Só me faltava agora virem mandar nas nossas terras, e ao que consta querem vendê-las aos estrangeiros. Eu rebento. Pego nas forquilhas, nas enxadas, e vou em frente. Não é o governo que se vem meter agora nos meus assuntos. A revolta é geral. Depressa se espalha pelo país. Começo lá no Norte e vou descendo por aí abaixo. Chamam-lhe Maria da Fonte. Mas eu acho que sou apenas eu - o povo. Repito: o meu nome é Zé Povinho, pois então!" (Cristina Vaz)

RAFAEL BORDALO PINHEIRO

Desenhador, ceramista: 1846 - 1905

".... não estamos filiados em nenhum partido; se o estivéssemos, não seríamos decerto conservadores nem liberais. A nossa bandeira é a VERDADE. Não recebemos inspirações de quem quer que seja e se alguém se serve do nosso nome para oferecer serviços, que só prestamos à nossa consciência e ao nosso dever, - esse alguém é um infame impostor que mente." (O Besouro, 1878)

1846: Nasce em Lisboa
1857: Nasce o irmão Columbano
1860: Inscreve-se no Conservatório
1861: Matricula-se pela 1ª vez na Academia de Belas Artes, Lisboa
1863: Amanuense na Câmara dos Pares
1866: Casa com Elvira Almeida
1867: Nasce o seu filho Manuel Augusto
1868: 1ª Exposição no salão da Promotora; é-lhe recusada Bolsa para Roma
1870: Publica o Calcanhar de Aquiles
1871: Participação na Exposição Internacional de Madrid
1875: Cria a figura do “Zé Povinho”. Parte para o Rio de Janeiro
1876: Morre a sua Mãe
1877: Lança o Psit!!!
1878: Lança O Besouro
1879: Regressa a Lisboa. Lança o António Maria
1880: Morre o seu Pai
1885: Começa o fabrico da louça artística das Caldas da Rainha
1888: Viaja pela Europa
1900: Lança A Paródia
1905: Morre em Lisboa

sábado, 13 de setembro de 2008

Paralímpicos Pequim 2008 - Actualização


Totlol, um site diferente

Totlol é um site independente video-moderado concebido para crianças menores de 13 anos.
Foi criado por Ron, pai de duas crianças, de Vancouver, British Columbia, no Canadá.
A primeira versão do Totlol foi concebida e publicada em meados de Maio de 2008, tendo sido implementada a versão final Agosto de 2008. É pois um site muito recente.
O vídeo on-line é ainda uma experiência nova e muitos pais chegaram à conclusão de que os seus filhos podem descobrir um novo mundo através do computador.
A maioria dos websites de vídeo são projectados para jovens e adultos.
Isto significa que, ao mesmo tempo que possuem grande conteúdo para todas as idades, incluindo crianças, este conteúdo está misturado com outro tipo de temas não infantis. Também não fornecem nenhuma forma de filtrar tudo o que pode ser impróprio para crianças, nem têm ferramentas para encontrar o que é adequado para eles.
É aí que se posiciona o Totlol.
Todos os vídeos disponíveis no Totlol destinam-se a ser vistos pelos miúdos.
O Totlol baseia-se na participação dos pais e da chamada Comunidade de Moderação.
O Totlol foi especificamente concebido para lidar com o clássico problema do conteúdo para a criança - a forma de bloquear as "coisas ruins", enquanto não se limita a capacidade de encontrar e de desfrutar das "boas coisas".
É criado de uma forma que permite que os pais tenham acesso a todos os vídeos disponíveis no YouTube, deixando que eles limpem os "maus videos" antes que eles cheguem aos olhos dos seus filhos.
O Totlol cria assim um ambiente no qual os pais e crianças podem desfrutar de forma segura e fácil tudo o que é bom sobre vídeo on-line, sem se preocupar com tudo o que não é.

Como funciona a Comunidade de Moderação ?

Os pais fazem pesquisa no banco de dados do YouTube através de uma interface Totlol.
Esta interface de aferição permite que aos pais a busca e visualização de vídeos da mesma forma que costumava fazer no YouTube sem restrições.
Quando encontrarem um vídeo que eles acham que é adequado para os miúdos podem optar por submetê-lo.
Os pais podem rever o título e tags associadas ao vídeo e para proporcionar uma revisão do conteúdo.
Eles são igualmente convidados a especificar o língua principal do vídeo, o grupo etário que mais beneficia e definir uma categoria.
Esta informação, juntamente com a original do YouTube é apresentada para rastreio.
Na última análise do processo é a comunidade que desempenha o papel mais significativo.
Cada utilizador é convidado a ver os vídeos apresentados pelos outros e responder a algumas perguntas.
Estas respostas são combinadas com várias outras informações dadas para cada tipo de vídeo.
A fim de participar na comunidade moderação e aproveitar os recursos avançados da Totlol, os utilizadores têm de registar-se numa conta Totlol. O registo é simples e gratuito. Não é necessário nenhum registo para visualizar vídeos.
Clique em qualquer das figuras para ser direccionado para o Totlol. Participe.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

11 de Setembro

A blogsfera foi inundada hoje por artigos sobre o 11 de Setembro de 2001, o ataque terrorista da Al Qaeda às Torres Gémeas de Nova Iorque e ao Pentágono em Washington.

Não vou falar nisso.

Embora não possa deixar de lamentar profundamente a morte de tantos civis inocentes e condenar violentamente qualquer forma de terrorismo, não é esse acto ignóbil que quero destacar.

A classificação de "terrorismo internacional" funciona por várias formas e tem vários autores e protagonistas. Depende do ponto de vista de cada um, das convicções políticas de cada um, da sensibilidade individual.
E, porque não, do poder e força de cada um dos agressores ?
Se, por absurdo, os Aliados tivessem perdido a 2ª Guerra Mundial, quem teria sido condenado à forca pelo Tribunal de Nuremberga ? Os alemães que fizeram o Holocausto ou os que, deliberadamente, mandaram matar milhões de inocentes com as bombas atómicas de Hirosima e Nagasaki ? Qual a diferença ?
Não me venham falar de "danos colaterais necessários".
Não quero tomar partido por nenhum dos protagonistas, mas considero que não há desculpas razoáveis para quaisquer destes actos.

Hoje quero lembrar outro 11 de Setembro... o de 1973 !!!

Salvador Allende Gossens (Valparaíso, 26 de junho de 1908 — Santiago do Chile, 11 de setembro de 1973) foi um médico, político e estadista chileno. Foi o primeiro marxista assumido eleito democraticamente Presidente da República, na América Latina.
Filho do advogado e notário Salvador Allende Castro e de Laura Gossens Uribe, Allende casou-se em 1940 com Hortensia Bussi Soto, com quem teve filhas: Paz, Isabel e Beatriz.
Grande orador, começa a carreira política como deputado em 1937 e ocupa o Ministério da Saúde de 1939 a 1942. Foi senador em 1952 pelo Partido Socialista do Chile. Concorre à Presidência da República em 1952 e em 1958. Em 1972 foi-lhe atribuído o Prémio Lenine da Paz.
Em 1964, é novamente derrotado nas eleições à Presidência da República. Nas eleições presidenciais de 1970 concorre como candidato da coligação de esquerda Unidade Popular (UP). Embora sem maioria absoluta, conquista o primeiro lugar com 36,2% dos votos e tem seu nome confirmado pelo Congresso.
Allende assume a presidência e tenta socializar a economia chilena, com base num projecto de reforma agrária e nacionalização das indústrias. A sua política, a chamada "via chilena para o socialismo", pretende uma transição pacífica para uma sociedade mais justa, de raiz socializante. Nacionaliza os bancos, as minas de cobre e algumas grandes empresas, e enfrenta pressões políticas norte-americanas. Essa linha socialista adoptada durante sua breve permanência no poder, além de gerar a oposição dos democrata-cristãos de direita, a falta de união da esquerda , e a antipatia do efectivo militar chileno, aprofundou sensivelmente os problemas da frágil economia chilena.

Em 11 de setembro de 1973, com ostensivo apoio dos Estados Unidos, as Forças Armadas, chefiadas pelo general Augusto Pinochet, dão um sangrento golpe de Estado que derruba o governo da UP. Allende morreu quando as forças armadas revoltadas contra o governo constitucional atacaram o Palácio de La Moneda. Há duas versões aceites sobre a morte de Allende: uma é que ele se suicidou no Palácio de La Moneda, cercado por tropas do exército, com a arma que lhe fora dada por Fidel Castro; a outra versão é que ele foi assassinado pelas tropas invasoras. Sua sobrinha Isabel Allende Llona é uma das que acreditam que seu tio foi assassinado. Teve um funeral com honras militares em 1990. (Fonte: Wikipédia)

Quanta mortes inocentes resultaram deste acto na ditadura de Pinochet ?
Quanto sofreu o povo chileno nesses anos de ditadura militar ?
Quem apoiou Pinochet e os seus comparsas ?
Porque não houve Tribunal Penal de Nuremberga ou outro semelhante ?

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Apple na Universidade - EUA

Photobucket Image Hosting

Esta fotografia foi tirada durante uma aula de jornalismo, numa universidade americana.
Descubra quantos não usam um Mac. Para ver em formato ampliado clique aqui.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Windows Vista versus Mac OS X Tiger


Vi este filme através do excelente blog Código PT do nosso amigo Daniel Filipe.

Que ele me perdoe e que me perdoem os Windows Boys mas não resisti a reproduzir o vídeo aqui. Tem legendas em português.

O Mac OS X Tiger já foi ultrapassado pelo Mac OS X Leopard. Esperemos para ver as "fotocopiadoras" a funcionar.


Paralímpicos Pequim 2008 - Novas medalhas (9.Set.08)

PORTUGAL


João Paulo Fernandes António Marques

BRASIL


Filipe Rodrigues Lucas Prado
Daniele Silva André Brasil


segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Descubra quem era a loira



Vamos supor que todas elas pintavam o cabelo de preto.

Mesmo assim... qual era a loira natural ? Porquê ?

domingo, 7 de setembro de 2008

Paralímpicos Pequim 2008 - Medalhas - Brasil

Daniel Dias

Natação - Homens 100m livres - Medalha de Ouro

Novo record do Mundo


Karla Cardoso

Judo (menos de 48 kg) - Medalha de Prata



Michelle Ferreira

Judo (menos de 52 kg) - Medalha de Bronze

sábado, 6 de setembro de 2008

Paralímpicos - Pequim 2008 - Abertura




Paralímpicos em Pequim 2008 - É nisto que somos bons



Nos posts anteriores fiz uma apresentação sumária dos atletas portugueses mais credenciados nos Jogos Paralímpicos de Pequim 2008.

Outros, igualmente com muito valor, ficaram sem referência especial. Mas são tantos e bons...

Aqui deixo o link para a página oficial do site oficial da Missão Pequim 2008 da Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes. Ali encontrarão as últimas notícias.

Na frame direita do .Blog também ficam dois links para sites de boa informação.

Por último reproduzo a grelha de programação prevista da Rádio Televisão Portuguesa.

Paralímpicos em Pequim 2008 - João Paulo Fernandes

João Paulo dos Santos Fernandes

MODALIDADE Boccia - Individual/Equipa
DATA DE NASCIMENTO 11/08/84
LOCAL DE NASCIMENTO Vale de Cambra, Aveiro, Portugal
HABILITAÇÕES LITERÁRIAS 12º Ano
CLUBE ARDA - APPC
ORIGEM DA INCAPACIDADE Congénita

Currículo Desportivo

03-01-2006 Campeonato do Mundo - Brasil Boccia - Equipa BC1/BC2 2º, Medalha de Prata
01-01-2006 Campeonato do Mundo - Brasil Boccia - Individual 8º
01-01-2005 Campeonatos Regionais - Portugal Boccia - Individual 5º
03-01-2004 Jogos Paralímpicos - Atenas Boccia - Equipa BC1/BC2 1º, Medalha de Ouro
01-01-2004 Jogos Paralímpicos - Atenas (Recorde Pessoal) Boccia - Individual 1º, Medalha de Ouro