sexta-feira, 25 de julho de 2008

Enfim férias !!!!

Enfim vou de férias !!!.
Amanhã saio para Lisboa e voo para a Tunísia na segunda-feira.
Descanso que acho que mereço.
Não conheço a Tunísia e estou com medo do calor, confesso.
Não sei se de lá posso manter o contacto com todos os meus amigos.
De qualquer forma espero estar de volta na segunda quinzena de Agosto, com muito para contar e muitas fotos para publicar.
Abraços para todos e até breve.

Elis & Tom - Águas de Março - 1974

Como eles se divertiam cantando...
Este vídeo é um "must" na videoteca de qualquer coleccionador.
Enjoy it !!!


quarta-feira, 23 de julho de 2008

Quando a noite cai



Desabafos de um médico - A menina ruiva

Nos links correspondentes aos MEUS AMIGOS tenho um para o blogue Desabafos de um médico. Esse blogue está inactivo desde Outubro de 2006. É uma pena que o autor tenha desistido de escrever, porque tem artigos de muita qualidade, quer pelo tema central (o dia a dia de um médico pediatra), quer pela forma como ele escreve.
Aqui reproduzo um desse artigos. Vale a pena visitar o blogue e ler alguns dos artigos mais antigos.

A menina ruiva

"A menina ruiva tinha batido com a cabeça no chão, fruto das brincadeiras típicas de uma criança de (quase) 2 anos. Por ter um "galo" na testa, e porque a mãe a achou um tudo ou nada sonolenta, a menina ruiva foi ao Hospital.

No altifalante da sala de espera a minha voz soou, anunciada por um horrendo "jingle" metálico, chamando a Carolina ao meu gabinete. Entrou pela mão da avó, pelo próprio pé, com ar sereno. Era a menina mais ruiva que eu tinha visto, de olhos grandes e claros. Dizem as lendas pagãs que os de cabelos ruivos são mágicos, resultado talvez do facto de ser uma cor de cabelo razoavelmente invulgar.
Perguntei à avó o que se tinha passado e depois, ainda sentado no banco, pedi à Carolina para se chegar mais perto de mim, estendendo-lhe os braços. Manteve o mesmo ar sereno, não disse uma palavra, e correu para mim, saltando imediatamente para o meu colo. Fiquei, naturalmente, supreendido por aquela atitude, tão rara em crianças daquela idade, pelo que consegui apenas sorrir, atrapalhado, enquanto observava o resultado da queda. Deixou-se observar sem um queixume, ajudando em todas as partes do exame objectivo, mas estranhamente nunca sorriu ou disse uma única palavra...
A queda não tinha provocado danos preocupantes, e portanto a Carolina iria para casa acompanhada pela mãe e pela avó, que vigiariam atentamente o seu estado durante os próximos 2 dias. Ao despedir-me da avó e dela voltei a ver no olhar dela uma expressão pacífica e satisfeita, e embora o seu rosto não sorrisse e a sua boca não se abrisse, acenou-me com um simpático adeus...
E assim, com este encontro "mágico", fiquei mais bem disposto para as longas horas de Urgência que me esperavam ainda."

terça-feira, 22 de julho de 2008

Cavalos e Fado

E por ter falado em cavalos, no post anterior ...

O fado não é só caldo verde, sardinha assada e vinho tinto, amores e desamores, ciúme e saudade, bairros de Lisboa, restaurantes típicos para turistas ...

Cavalos e fado também combinam, numa cumplicidade intrínseca ao espírito português.

Camargue - Delta do Rhône

Considerada uma das mais importantes zonas húmidas da Europa, a reserva natural da Camargue, no sul de França, é conhecida pelos seus milhares de flamingos e cavalos selvagens. O Digue à la Mer é apenas um dos inúmeros locais que constituem os cerca de 13 mil hectares de área protegida. Região de rara beleza natural, ganha particular encanto com a chegada da Primavera.


Os cavalos selvagens e os touros negros que se passeiam livremente pelos campos são uma das imagens de marca da Camargue. Talvez por isso se diga que os cavalos conhecem a região melhor do que o próprio Homem e que, por isso, são companheiros ideais para um passeio de reconhecimento. Associadas aos touros estão as denominadas Ferrades (Ferradas), festas populares onde se marcam estes animais a ferro quente. Os campos de arroz, juntamente com actividades como a exploração de sal ou a produção de vinho - entre eles o denominado Vin des Sables (vinho das areias), apreciado desde o século XIV -, também marcam a paisagem. Um engenhoso sistema de diques, construído por volta de 1870 para controlar as cheias, percorre toda a zona.


Transformado pela força do vento e do Mediterrâneo, o delta do rio Rhône - um labirinto de canais e lagoas, dunas, canaviais e salinas - é um verdadeiro paraíso para ornitólogos e amantes da natureza em geral. Um dos maiores centros migratórios da Europa, o Parque Natural da Camargue é o local eleito por cerca de 350 espécies de aves para a sua nidificação. Símbolo da região, os flamingos rosa encontram aqui o seu habitat ideal. Voando em bandos numerosos, aguardam o nascimento das crias que ocorrre durante o mês de Abril. No fim do Verão, a grande maioria migra para o outro lado do Mar Mediterrâneo fugindo aos rigores do Inverno.
(Fonte: Rotas e Destinos)

Vem isto a propósito deste vídeo que achei um maravilha. Vejam e dêem a vossa opinião.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

António Aleixo - Poeta popular algarvio

António Aleixo nasceu em 18 de Fevereiro de 1899 em Vila Real de Santo António e faleceu em 16 de Novembro de 1949 em Loulé.
Foi guardador de cabras, cantor popular de feira em feira, soldado, polícia, tecelão, servente de pedreiro em França, “poeta cauteleiro”.
Apesar de semi-analfabeto deixa a seguinte obra escrita que o Dr. Joaquim Magalhães teve o cuidado de passar a limpo: «Este livro que vos deixo», «O Auto do Curandeiro», «O Auto da Vida e da Morte», o incompleto «O Auto do Ti Jaquim» e «Inéditos».
Em homenagem ao Poeta e à sua obra, no parque da cidade de Loulé foi levantado um monumento frente ao “Café Calcinha”, local outrora frequentado pelo Poeta.
O antigo Liceu de Portimão passou a chamar-se Escola Secundária Poeta António Aleixo.
Há alguns anos também passou a existir uma «Fundação António Aleixo» com sede em Loulé e que já usufrui do Estatuto de Utilidade Pública, o que lhe permite atribuir bolsas de estudo aos mais carenciados.

De vender a sorte grande,
confesso, não tenho pena;
que a roda ande ou desande
eu tenho sempre a pequena.

Eu não tenho vistas largas
nem grande sabedoria,
mas dão-me as horas amargas
Lições de Filosofia.

P'ra a mentira ser segura
e atingir profundidade,
tem de trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.

Embora os meus olhos sejam
os mais pequenos do Mundo,
o que importa é que eles vejam
o que os homens são no fundo.

Fui polícia, fui soldado,
estive fora da nação;
vendo jogo, guardo gado,
só me falta ser ladrão.

Não é só na grande terra
que os poetas cantam bem:
os rouxinóis são da serra
e cantam como ninguém

Ser artista é ser alguém!
Que bonito é ser artista...
Ver as coisas mais além
do que alcança a nossa vista!

Sei que pareço um ladrão...
mas há muitos que eu conheço
que, sem parecer o que são,
são aquilo que eu pareço.

domingo, 20 de julho de 2008

Silêncio que se vai cantar o fado !



Mais um fado no fado - Camané & Fábia

Eu sei que esperas por mim
Como sempre, como dantes
Nos braços da madrugada
Eu sei que em nós não há fim,
Somos eternos amantes,
Que não amaram mais nada

Eu sei que me querem bem
Eu sei que há outros amores
Para bordar no meu peito
Mas eu não vejo ninguém
Porque não quero mais dores
Nem mais batom no meu leito

Nem beijos que não são teus
Nem perfumes duvidosos
Nem carícias perturbantes
E nem infernos nem céus
Nem sol nos dias chuvosos
Porque 'inda somos amantes

Mas Deus quer mais sofrimento
Quer mais rugas no meu rosto
E o meu corpo mais quebrado
Mais requintado tormento
Mais velhice, mais desgosto
E mais um fado no fado

sábado, 19 de julho de 2008

Liberdade de opinião



Portugal x Brasil - World Cup 1966

A 19 de Julho de 1966, Portugal vence, em Liverpool, o Brasil, bicampeão mundial, obtendo a consagração internacional.
O resultado foi 3-1 para Portugal com golos de Simões (1) e Eusébio (2). O golo do Brasil foi marcado por Rildo.
Portugal ultrapassou assim a fase de grupos e caminhou para o terceiro lugar na classificação final.
A propósito deste jogo, o jornal inglês SUN afirma: «Versátil na defesa, rápido no ataque, Simões, Torres e Eusébio são os três mosqueteiros dos tempos modernos; nunca vi um jogador com um remate como Eusébio, nem quem cubra o terreno como Coluna

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Aguarela do Brasil - Walt Disney

Lembro que, quando eu era um garoto, adorava os desenhos animados de Walt Disney.
Cinderela, Branca de Neve e os 7 Anões, A Bela Adormecida e outros, foram joias da minha meninice, que nunca esquecerei.
O Pluto, o Mickey, o Pato Donald são figuras imortais do cinema de animação.
E o Zé Carioca ? Lembram-se dele ?

O vídeo é um pouco pesado, mas estou certo de que fará a alegria dos mais velhos, deixará lágrimas nos olhos de alguns, e será uma alegria para a pequenada de hoje.

Padre António Vieira - Um grande português, com o Brasil no coração

«(…) A primeira coisa que me desedifica, peixes, de vós, é que vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário, era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, para um só grande. (…) Olhai, peixes, lá do mar para a terra. Não, não: não é isso o que vos digo. Vós virais os olhos para os matos e para o sertão? Para cá, para cá: para a cidade é que haveis de olhar. Cuidais que só os Tapuias se comem uns aos outros? Muito maior açougue é o de cá, muito mais se comem os brancos. Vedes vós todo aquele bulir, vedes todo aquele andar, vedes aquele concorrer às praças e cruzar as ruas; vedes aquele subir e descer as calçadas, vedes aquele entrar e sair sem quietação nem sossego? Pois tudo aquilo é andarem buscando os homens como hão-de comer e como se hão-de comer.»
(Sermão aos Peixes, pregado na cidade de São Luís do Maranhão em 1654)

- 1608: A 6 de Fevereiro, nasce em Lisboa António Vieira.
- 1614: Aos 6 anos parte para o Brasil, com família; seu pai fora nomeado escrivão da Relação na Baía.
- 1623: Aluno do Colégio dos Jesuítas na Baía, sente vocação religiosa.
- 1624: Os holandeses ocupam a cidade; os jesuítas, com Vieira, refugiam-se numa aldeia do sertão.
- 1633: Prega pela primeira vez.
- 1635: É ordenado sacerdote, é Mestre em Artes e exerce a função de pregador.
- 1638: Pronuncia nos anos seguintes alguns dos seus mais notáveis Sermões.
- 1641: Parte para Portugal na embaixada de fidelidade ao novo rei; é preso em Peniche no desembarque; torna-se amigo e confidente de D. João IV.
- 1642: Prega na Capela Real; publica um sermão avulso.
- 1643: Na "Proposta a El-Rei D. João IV "declara-se favorável aos cristãos novos e apresenta um plano de recuperação económica.
- 1644: Nomeado pregador régio.
- 1646: Inicia actividade diplomática indo à Holanda.
- 1647: Vai a França e fala com Mazarino.
- 1648: Emite um parecer sobre a compra de Pernambuco aos holandeses; defende a criação da província do Alentejo.
- 1649: É ameaçado de expulsão da Ordem dos Jesuítas, mas D. João IV opõe-se.
- 1650: Vai a Roma, para contratar o casamento de D. Teodósio.
- 1652: Parte para o Brasil como missionário no Maranhão.
- 1654: Sermão de Santo António aos peixes; embarca para Lisboa a fim de obter novas leis favoráveis aos índios.
- 1655: Prega na capital, entre outros, o Sermão da Sexagésima; regressa ao Maranhão com as novas leis.
- 1659: Escreve Esperanças de Portugal - V Império do mundo.
- 1661: É expulso, com os outros jesuítas, do Maranhão, pelos colonos.
- 1662: Golpe palaciano que entrega o governo a D. Afonso VI; desterro no Porto.
- 1663: Desterro para Coimbra; depõe no Santo Ofício sobre a sua obra Esperanças de Portugal.
- 1664: Escreve a História do Futuro; adoece gravemente.
- 1665: É preso pela Inquisição, depois mantido em custódia.
- 1666: Entrega a sua defesa ao Tribunal; é interrogado inúmeras vezes.
- 1667: É lida a sentença que o priva da liberdade de pregar; D. Afonso VI é afastado do trono.
- 1668: É mantido em custódia em Lisboa; pazes com Castela; é amnistiado, mas impedido de falar ou escrever sobre certas matérias.
- 1669: Chega a Roma, prega vários Sermões que lhe dão grande notoriedade na Corte Pontifícia e na da Rainha Cristina; combate os métodos da Inquisição em Portugal; defende novamente os cristãos novos.
- 1675: Breve do Papa que louva Vieira e o isenta da Inquisição; regressa a Lisboa.
- 1679: Sai o primeiro volume dos Sermões; recusa o convite da Rainha Cristina para seu confessor.
- 1681: Volta à Baía e aos trabalhos de evangelização.
- 1683: Intervém activamente na defesa de seu irmão, Bernardo.
- 1688: É nomeado Visitador Geral dos Jesuítas no Brasil.
- 1691: Resigna ao cargo por força da idade e da falta de saúde.
- 1697: Morre na Bahia, a 18 de Julho, com 89 anos.
(Fonte: Vidas Lusófonas)

quinta-feira, 17 de julho de 2008

A lista de compras do inglês

Moro no Algarve, a região sul de Portugal, onde os ingleses vêm "descansar" com as suas chorudas reformas, jogar golfe e beber cerveja a rodos.
Alguns vivem aqui há muitos anos, mas a grande maioria, não diz uma única palavra de português.
Felizmente, para eles, que quase todos os portugueses, em especial os algarvios, compreendem e fazem-se compreender na língua de Shakespeare.

Conta-se por aqui que um dia um súbdito de Sua Majestade Britânica decidiu "aprender" a língua de Camões. Passado algum tempo de "estudo", resolveu elaborar uma lista de compras para o hipermercado, no seu (dele) português. Aqui está ela. Leiam muito devagar e lembrem-se de que é português, claro.



Não sei porque é que isto me faz lembrar as modernas teorias didácticas, que defendem que se deve ensinar os nossos garotos a escreverem como falam.

As mãos (d'O Canto e as Armas - Manuel Alegre)

As mãos

Com mãos se faz a paz, se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema - e são de terra.
Com mãos se faz a guerra - e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
Manuel Alegre - "O Canto e as Armas", 1967

A condutora loira

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Encosta-te a mim - Jorge Palma

ops! Revista de Opinião Socialista

O senador Marco Maciel (DEM-PE) registrou em Plenário o lançamento da revista Nosso Caminho, dirigida pelos arquitetos Oscar Niemeyer e sua esposa Vera Lúcia G. Niemeyer. O parlamentar citou o objetivo da nova publicação, mencionado em seu editorial: "discutir e pensar junto com os leitores o momento brasileiro, levar aos jovens um pouco de conhecimento, fazê-los refletir melhor sobre seu país, fugir dos que se limitam aos assuntos de sua profissão, despreparados para o mundo perverso e coberto de violência que os espera"... Para o próximo número, há textos previstos dos escritores portugueses José Saramago e Manuel Alegre. Nobel de Literatura, Saramago dispensa apresentações. Manuel Alegre, de acordo com o parlamentar, "é hoje um dos intelectuais portugueses de maior sucesso fora de Portugal".
(Fonte: webpage do Senado Federal do Brasil)


Quase em simultâneo, em Portugal, aparece online a "ops! Revista de Opinião Socialista", onde o nome e a pessoa de Manuel Alegre encabeça o corpo redactorial.

A revista da corrente de opinião socialista pretende assumir-se como um espaço de "debate aberto" e de "proposta de políticas socialistas e de esquerda, no quadro nacional, internacional e dos desafios das sociedades globais".

No editorial do primeiro número, Manuel Alegre defende que "a esquerda em Portugal e na Europa atravessa um dos momentos mais difíceis da sua história", numa conjuntura em que se quer "fazer crer que não há outras soluções senão as que decorrem das receitas impostas" por instituições como a OCDE, o FMI e o Banco Mundial.

Segundo Alegre, "o dever dos socialistas é o de procurar novas respostas e não baixar os braços perante as dificuldades".

"O agravamento das desigualdades e da pobreza, o aumento do desemprego e da precariedade, as alterações climáticas e ao degradação ambiental, a crise alimentar, a crise dos combustíveis e a carestia de vida, bem como a crise de confiança e de esperança e a própria qualidade da democracia exigem um debate sério, sem complexos nem sujeição aos estereótipos dominantes", salienta no seu artigo.
(Fonte: jornal Público)

É conhecida a admiração que eu nutro por Manuel Alegre, como pessoa, poeta e pensador político, sempre coerente com as suas ideias, capaz como ninguém de as transmitir, em prosa ou em verso.

Saúdo o aparecimento da "ops! Revista de Opinião Socialista" e proponho a todos os meus leitores uma visita ao site.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Polícias e pistolas - Ministério da Administração Interna esqueceu-se dos coldres

A Guarda Nacional Republicana (GNR) e a Polícia de Segurança Pública (PSP) usam novas pistolas Glock desde 2007.

Porém o Ministério da Administração Interna (MAI) anunciou ontem o concurso para a aquisição de "32 000 a 50 000 coldres de cintura", destinadas às pistolas Glock que a GNR e a PSP começaram a receber no ano passado.


O aparente esquecimento na compra atempada dos coldres - uma vez que o concurso daquelas armas de 09 mm foi iniciado em 2006 - tornou-se evidente ontem, com a publicação do anúncio (nas páginas do DN) assinado no passado dia 3 deste mês pelo director-geral de Infra-estruturas e Equipamentos do MAI.


A GNR, que já recebeu quase 9000 Glock, adoptou duas soluções temporárias para colmatar a falta dos coldres próprios, segundo o porta-voz dessa força de segurança: fez 60 coldres para as 300 pistolas distribuídas à Escola da Guarda, destinadas ao chamado treino policial dos oficiais, sargentos e praças (que envolve sacar e guardar a pistola); adaptou entre 200 e 300 coldres para uso dos militares dos regimentos de Infantaria e Cavalaria, uma vez que os agentes envolvidos na operação "Verão Seguro" (Algarve) já estão a usar as referidas pistolas Glock.


O porta-voz, tenente-coronel Costa Lima, assegurou ao DN que os coldres usados pelos militares daqueles dois regimentos "são seguros" e não afectam o manejo da arma durante o serviço. Embora não sejam os adequados, a verdade é que a Guarda não podia ficar à espera (por tempo indeterminado) da compra dos coldres por concurso - até por ser "uma pena" ter aquelas armas guardadas (em caixas individuais) e não as poder usar.


Foi também para "ganhar tempo" que a Guarda decidir enviar, para os Grupos Territoriais espalhados pelo País, as restantes pistolas que tem na sua posse - com uma condicionante: servirem apenas para a habituação dos agentes à arma e para a instrução de tiro, não podendo ser usada na rua devido à falta dos coldres, explicou Costa Lima.

Em relação à PSP, o DN não obteve respostas a tempo da conclusão do artigo. Quanto ao MAI, também não foi possível obter uma explicação sobre as razões da diferença de tempo no lançamento dos concursos de aquisição das Glock (42 000 a 50 000) e dos coldres.


(Fonte: Diário de Notícias de 15/7/2008)

Mais uma para o Portugal no seu Melhor.
Juro que a foto NÃO é de uma mulher polícia portuguesa em serviço de rotina.
Antes fosse !!!!

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Circuito Integrado - Televisão Portátil


Em 1959, os americanos Jack Kilby e Robert Noyce inventaram o circuito integrado. Tendo por base esta invenção, o jornal Diário Popular de 14 de Julho de 1959 anuncia que «são doravante possíveis, graças a uma nova técnica de miniaturização electrónica» produzir «aparelhos de rádio de pulso, do tamanho de uma pedra de açúcar; receptores de televisão com o formato de uma pequena moldura; calculadoras electrónicas, com a dimensão de uma pequena caixa de charutos e gira-discos de bolso. [...]»

Na mesma data, o mesmo jornal anuncia que já se encontra à venda um aparelho portátil de televisão (ainda sem o circuito integrado da notícia anterior...) com apenas 6 quilos e a um preço que «não vai além de setecentos escudos - o que está ao alcance de todos os bolsos».
(Fonte: Dário Popular n.º 6020, de 14-07-1959, p. 3)

Numa altura em que parte da população portuguesa vivia no limiar da pobreza e recebia mensalmente um ordenado inferior ao custo desta televisão, a expressão «para todos os bolsos», embora transmita, aparentemente, a ideia, muito cara ao governo ditatorial de então, que se vivia bem em Portugal, a maioria dos leitores de então, conscientes das dificuldades económicas do País, não deixariam de a interpretar em sentido contrário: «não estando ao alcance de todos os bolsos». Era com «artimanhas» como esta que os jornalistas de então passavam mensagens políticas, ultrapassando a censura prévia a que todos os artigos jornalísticos estavam obrigados.

Prémios - Agradecimento

Ao Catarino, pelo prémio Blog Viciante.
À Monika Baumann, pelo prémio Dardos.
Muito obrigado, meus Amigos.

domingo, 13 de julho de 2008

A pérfida Cloé - Augusto Gil

Um dia uma víbora mordeu num pé

a pérfida Cloé.

Perguntarão:

Que sucedeu
 à pérfida Cloé ?
Morreu ?

Isso morreu ela...

Mal sentiu a mordidela.

Não teve febre, nem ardor, nem nada.


- A bicha é que morreu envenenada!

(Augusto Gil)

sábado, 12 de julho de 2008

O meu nome é Sara

O meu nome é Sara
Tenho 3 anos
Os meus olhos estão inchados,

Não consigo ver.

Eu devo ser estúpida,

Eu devo ser má,

O que mais poderia pôr o meu pai em tal estado?

Eu gostaria de ser melhor,

Gostaria de ser menos feia.

Então, talvez a minha mãe me viesse sempre dar miminhos.

Eu não posso falar,

Eu não posso fazer asneiras,

Senão fico trancada todo o dia.

Quando eu acordo estou sozinha,

A casa está escura,

Tento esconder-me dos seus olhos demoníacos.

Tenho tanto medo agora,

Começo a chorar.

Ele encontra-me a chorar,

Ele atira-me com palavras más,

Ele diz que a culpa é minha, que ele sofre no trabalho.

Ele esbofeteia-me e bate-me,

E berra comigo ainda mais,

Eu liberto-me finalmente e corro até à porta.

Ele já a trancou.
Eu enrolo-me toda em bola,
Ele agarra em mim e lança-me contra o muro.

Eu caio no chão com os meus ossos quase partidos,

E o meu dia continua com horríveis palavras...

'Eu lamento muito!', eu grito

Mas já é tarde de mais

O seu rosto tornou-se num ódio inimaginável.

O mal e as feridas mais e mais,

'Meu Deus por favor, tenha piedade!

Faz com que isto acabe por favor!'

E finalmente ele pára, e vai para a porta,
Enquanto eu fico deitada,

Imóvel no chão.


O meu nome é Sara

Tenho 3 anos,

Esta noite o meu pai matou-me.

Hoje recebi este texto num email, daqueles que as pessoas pedem que reencaminhe. Não o vou fazer. Achei melhor publicá-lo aqui, sem comentários.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Adão e Eva

Não faço parte do grupo que gosta de postar anedotas nos blogues. Mas hoje recebi esta que achei engraçada e oportuna, dado a situação actual do país. Aqui vai para os que ainda não conhecem:

Um alemão, um francês, um inglês e um português comentam sobre um quadro de Adão e Eva no Paraíso.

Observa o alemão:

- Olhem que perfeição de corpos: ela esbelta e esguia, ele com este corpo atlético, os músculos perfilados... Devem ser alemães.

Imediatamente, o francês reage:

Não acredito. É evidente o erotismo que se desprende de ambas as figuras... Ela tão feminina... Ele tão masculino... Sabem que em breve
chegará a tentação... Devem ser franceses.

Movendo negativamente a cabeça, o inglês comenta:
- Qual quê ! Notem... A serenidade dos seus rostos, a delicadeza da pose, a sobriedade do gesto. Só podem ser Ingleses.

Depois de alguns segundos mais de contemplação, o português exclama:
- Não concordo. Olhem bem: não têm roupa, não têm sapatos, não têm casa, só têm uma maçã para comer, não protestam e ainda pensam que estão no Paraíso.

Só podem ser Portugueses!!!!

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Vencedor do Quinto Desafio - By Osc@r Luiz


Os meus agradecimentos ao Óscar Luiz, um dos meus bons amigos do diHITT, pelo selo que me enviou.

É um dos blogs que leio diariamente e que vale a pena visitar.

Já agora para os meus leitores que não conhecem o diHITT, venham ver.

É uma comunidade em crescimento rápido, formada por brasileiros e portugueses, que têm em comum o gosto pela notícia e a divulgação dos seus blogs.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Canção dos Verdes Anos - Carlos Paredes


Filho, neto e bisneto dos famosos guitarristas Artur Paredes, Gonçalo Paredes e José Paredes, começou a estudar guitarra portuguesa aos quatro anos com o seu pai, embora a mãe preferisse que o filho se dedicasse ao piano; frequenta o Liceu Passos Manuel, começando também a ter aulas de violino na Academia de Amadores de Música. Na sua última entrevista, recorda: "Em pequeno, a minha mãe, coitadita, arranjou-me duas professoras de violino e piano. Eram senhoras muito cultas a quem devo a cultura musical que tenho".
Em 1934, muda-se para Lisboa com a família, e abandona o violino para se dedicar, sob a orientação do pai, completamente à guitarra. Carlos Paredes fala com saudades desses tempos: "Neste anos, creio que inventei muita coisa. Criei uma forma de tocar muito própria que é diferente da do meu pai, do meu avô, bisavô e tetratavô".
Carlos Paredes inicia em 1939 uma colaboração regular num programa de Artur Paredes na Emissora Nacional e termina os estudos secundários num colégio particular. Em 1943 faz exame de admissão ao Curso Industrial do Instituto Superior Técnico, que não chegou a concluir e inscreve-se nas aulas de canto da Juventude Musical Portuguesa, tornando-se em 1949 funcionário administrativo do Hospital de São José.
Em 1957 grava o seu primeiro disco, a que chamou simplesmente "Carlos Paredes".
Em 1958, é preso pela PIDE por fazer oposição a Salazar, é acusado de pertencer ao Partido Comunista Português, de que era de facto militante, sendo libertado no final de 1959 e expulso da função pública na sequência de julgamento. Durante este tempo andava de um lado para o outro da cela fingindo tocar música, o que levou os companheiros de prisão a pensar que estaria louco - de facto, o que ele estava a fazer, era compor músicas na sua cabeça. Quando voltou para o local onde trabalhava no Hospital, uma das ex-colegas, Rosa Semião, recorda-se da mágoa do guitarrista devido à denúncia de que foi alvo: «Para ele foi uma traição, ter sido denunciado por um colega de trabalho do hospital. E contudo, mais tarde, ao cruzar-se com um dos homens que o denunciou, não deixou de o cumprimentar, revelando uma enorme capacidade de perdoar!»
Em 1962, é convidado pelo realizador Paulo Rocha, para compor a banda sonora do filme Os Verdes Anos: «Muitos jovens vinham de outras terras para tentarem a sorte em Lisboa. Isso tinha para mim um grande interesse humano e serviu de inspiração a muitas das minhas músicas. Eram jovens completamente marginalizados, empregadas domésticas, de lojas - Eram precisamente essas pessoas com que eu simpatizava profundamente, pela sua simplicidade». Recebeu um reconhecimento especial por “Os Verdes anos”.
Tocou com muitos artistas, incluindo Charlie Haden, Adriano Correia de Oliveira e Carlos do Carmo. Escreveu muitas músicas para filmes e em 1967 gravou o seu primeiro LP "Guitarra Portuguesa".
Quando os presos políticos foram libertados depois do 25 de Abril de 1974, eram vistos como heróis. No entanto, Carlos Paredes sempre recusou esse estatuto, dado pelo povo. Sobre o tempo que foi preso nunca gostou muito de comentar. Dizia «que havia pessoas, que sofreram mais do que eu!». Ele é reintegrado no quadro do Hospital de São José e percorre o país, actuando em sessões culturais, musicais e políticas em simultâneo, mantendo sempre uma vida simples, e por incrível que possa parecer, a sua profissão de arquivista de radiografias. Várias compilações de gravações de Carlos Paredes são editadas, estando desde 2003 a sua obra completa reunida numa caixa de oito CDs.
A sua paixão pela guitarra era tanta que, conta que certa vez, a sua guitarra se perdeu numa viagem de avião e ele confessou a um amigo que «pensou em se suicidar».
Uma doença do sistema nervoso central (mielopatia), impediu-o de tocar durante os últimos 11 anos da sua vida. Morreu em 23 de Julho de 2004 na Fundação Lar Nossa Senhora da Saúde em Lisboa, sendo decretado Luto Nacional.

"Quando eu morrer, morre a guitarra também. O meu pai dizia que, quando morresse, queria que lhe partissem a guitarra e a enterrassem com ele. Eu desejaria fazer o mesmo. Se eu tiver de morrer.” Carlos Paredes

(Fonte: Wikipédia)

Carlos Paredes adoptou o instrumento do tipo coimbrão, seguindo os passos de seu pai Artur Paredes. A escala, o formato da caixa, o comprimento do braço, a afinação e o timbre que dela retira são genuinamente de Coimbra, nada tendo a ver com os sons das guitarras de fado lisboetas.
Carlos Paredes deu-lhe o seu cunho pessoal e elevou-a ao mais alto grau de perfeição, como instrumento de cordas que tudo permite. Até a música dita clássica.

Ligue as colunas e ouça, enquanto admira mais algumas belas imagens de Lisboa.


sábado, 5 de julho de 2008

Pela Luz dos Olhos Teus


Miucha e Tom Jobim, eterno. Vinicius, o sentimento.
Tudo numa mistura de ritmo e sensualidade.

Ingrid Betancourt - Operação de comandos ou pagamento de resgate ?


Ingrid Betancourt Pulecio (Bogotá, 25 de Dezembro de 1961) é uma senadora e activista anticorrupção franco-colombiana. Foi raptada pelo grupo terrorista FARC em 23 de Fevereiro de 2002 enquanto fazia campanha para as eleições presidenciais. Betancourt permaneceu cativa até o dia 2 de Julho de 2008, quando o ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos, anunciou a sua libertação juntamente com outros catorze reféns.
Em 2 de Julho de 2008, às 15h 16m (hora da Colômbia), o ministro da Defesa do país, Juan Manuel Santos, anunciou a libertação no sul do país, pelo exército colombiano, de quinze reféns, entre os quais Ingrid Betancourt, três cidadãos dos Estados Unidos e onze agentes policiais e militares colombianos, alguns dos quais eram reféns das FARC havia mais de dez anos. Ingrid Betancourt estava sequestrada havia 2323 dias. Este resgate ocorreu através da infiltração do exército no comando das FARC que tinha os reféns em seu poder, conseguindo convencer os sequestradores a reunir num só grupo os reféns. O resgate foi feito por helicóptero, sob o pretexto de levar os reféns para uma inspecção humanitária.
A operação foi a conclusão de uma vasta preparação de infiltração no mais alto nível das FARC. Os reféns só souberam que estavam a caminho da liberdade no helicóptero, pois toda a operação decorreu sem um único tiro e sem qualquer violência.

Sexta-feira, dia 4 de julho, a Radio Suisse Romande, uma rádio suíça francófona, anunciou que a liberação dos reféns teria sido comprada por um valor próximo de 20 milhões de dólares, e que o resgate não passaria de uma encenação a fim de ocultar do público o fato de que diversos governos, entre eles o dos Estados Unidos, teriam negociado com os representantes das FARC.

(Fonte: Wikipédia)

As notícias têm-se sucedido nestes últimos dias, em sentidos diferentes e sem pormenores.
Cada órgão de informação toma o seu caminho.
Para uns tratou-se de uma operação de comandos, muito bem planeada e executada pela Mossad, estilo Operação Entebe, com forças militares especiais da Colômbia, Estados Unidos e Israel.
Para outros uma simples libertação, com pagamento de uma quantia de cerca de 20 milhões de dólares, que as FARC embolsaram e com os quais se refinanciaram e vão continuar a sua luta.
Acção do tipo de um filme de Hollywood, estratagema enganoso onde os comandantes das FARC caíram ingenuamente ou simples troca de prisioneiros por dinheiro, o que interessa é que Ingrid e outros prisioneiros estão livres e em paz.
No meio de todas estas histórias, que provavelmente teremos em filme de acção americano com Sylvester Stallone ( ou outro semelhante ) no principal papel, resta saber como interpretar a frase de Ingrid: "Devo a minha vida à França."

Fado Falado - João Villaret

Desde sempre fui um admirador fervoroso de João Villaret. A poesia na sua voz ganhava vida, cor, sentimento. Aqui vos deixo uma das suas interpretações mais bonitas, mais sentidas, mais genuínas da alma lisboeta e portuguesa.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

quarta-feira, 2 de julho de 2008

D. Manuel II - O fim de uma época

Em 2 de Julho de 1932 morre, num subúrbio de Londres onde residia, o trigésimo-sexto e último Rei de Portugal, Manuel, o segundo de seu nome, por cognome O Desterrado.
Era o encerrar definitivo do regime monárquico em Portugal, já que cessaram também os ténues movimentos de revolta armada contra a República, proclamada em 5 de Outubro de 1910.
O seu corpo, que chegou a Portugal em 2 de Agosto, teve funerais de Estado e está sepultado no mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa.
Alguns deram-lhe o cognome de Patriota, pela atenção com que, mesmo no exílio, dispensou aos assuntos portugueses e por tudo o que manifestou no seu testamento, relativamente aos seus bens, que legou ao Estado Português.
O Desventurado, o Rei-Saudade, o Estudioso foram também cognomes que os monárquicos lhe conferiram.
Figura algo polémica, inclusive acusado de desinteresse em regressar ao país e de deserção de parte dos activistas monárquicos, esteve, contudo, sempre atento ao que se passava em Portugal, agindo, junto dos círculos políticos europeus em defesa da sua pátria.

terça-feira, 1 de julho de 2008

De blog a blog

Tudo começou por culpa da Monika e de uma bola de snooker, preta e com o número oito.
A tarefa não foi fácil mas acho que, modéstia à parte, me saí razoavelmente.
O mais difícil, confesso, foi "passar a bola".
A quem ?
Eu não estava habitado a estas coisas, nunca me tinha visto nessas andanças.
Em toda a minha vida, talvez por feitio próprio, mas muito pela educação recebida, sempre procurei não ofender ninguém, não causar perdas de tempo às pessoas, não ser... "o chato". Mas nada poderia fazer porque, entre a espada e a parede, que é como quem diz, entre a Monika e o resto do mundo, eu tinha que optar. Joguei quase no escuro, escolhi aqueles que mais me diziam, pela qualidade dos seus escritos, pela sintonia de opções várias vezes expressa neles, pela frequência de contactos.
Dentro do lote de escolhidos para a minha maldade, estava, é bem de ver, a Letícia Castro do Babel.com, um dos blogs que leio quase diariamente, sempre com muito agrado e atenção.
Mal sabia eu o que estava para acontecer.

A resposta veio célere e a primeira reacção que em mim provocou foi ir comprar um livro. Porquê ? Primeiro porque sou um leitor compulsivo, depois porque o tinha visto na estante de novidades da FNAC, e estive mesmo para o adquirir. Ainda não sei porque o não fiz nesse dia. Mas gosto de estar informado e ... vou preparar-me para a luta ... para quando a Letícia vier a Portugal. Porque sei que agora, depois de ter escrito o que escreveu, a Letícia não tem como recuar ... Está-lhe no sangue espanhol.

Sangue espanhol !!! Imagem de dureza, dominador, mas não ruim... no fundo doce como uma zarzuela, firme como um toureiro.
Hernando Cortez foi uma aberração, estou hoje certo disso. Pobres aztecas, ingénuo Montezuma ...
Também eu julgava que os espanhóis eram intrinsecamente ruins, colonizadores e dominadores. Que, como aprendi na escola primária, nós estivemos 60 anos "sob o jugo espanhol", como me diziam. Até que um dia, ao visitar Valleta - Malta, me apercebi que, afinal, os brasões de armas espanhol e português estavam esculpidos, lado a lado, na fachada principal do Quartel General dos Cavaleiros Peninsulares, um edifício da época filipina.

A minha posição sobre o colonialismo português, em especial o do Brasil, é conhecida, até porque já a expressei publicamente em vários locais, no diHITT inclusive. Mas, como já disse no tal post da Bola 8, nunca virei as costas a uma boa briga...
Mas sempre vos adianto desde já que, nas minhas viagens ao Brasil, nunca me apercebi de nenhuma reacção negativa ao facto de eu ser português. Antes pelo contrário. Sempre me trataram muitíssimo bem, com muito carinho e consideração. Acreditem que sempre me senti como se estivesse em minha casa, no meu próprio país.
Mas deixemos isso para uma conversa frente a frente, numa esplanada do Chiado, em Lisboa, com duas chávenas de bom café brasileiro e, talvez, na companhia do espírito de Fernando Pessoa. E depois de eu ler o 1808 !!!...

Letícia, minha Amiga, o poeta português António Gedeão, escreveu:

Eles não sabem, nem sonham, 
que o sonho comanda a vida 
Que sempre que um homem sonha 
o mundo pula e avança 
como bola colorida 
entre as mãos de uma criança. 

A Letícia virá, mais tarde ou mais cedo, concretizar esse seu sonho. E fique certa de que vai encontrar alguém no aeroporto á sua espera. E eu não vou lá estar sozinho, seguramente.