segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O Big Brother - Começo a ficar com medo


"A Inspecção-Geral de Finanças (IGF) analisou milhares de mensagens de email de centenas de funcionários dos impostos e, após obter uma autorização judicial, leu o conteúdo de muitas dessas mensagens, designadamente as enviadas para órgãos de comunicação social com o objectivo de identificar fugas de informação.

A consulta, feita sem conhecimento dos funcionários, foi realizada no âmbito de uma auditoria da IGF prevista no seu plano de actividades para 2006, que mereceu a concordância do ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, em Novembro de 2005." (Fonte: Público)


Hoje foi esta a notícia, ontem a de ameaças feitas aos professores que interromperem o processo de avaliação.
A "Censura Democrática" também já começa até a invadir a blogosfera...
Confesso que começo a ter medo.
Não por mim que não dependo do Governo para sobreviver.
Não por mim que de pouco já necessito.
Mas pelos meus filhos, pelos meus netos.

5 comentários:

  1. Os cravos murcharam!

    Precisamos de outro 25 de Abril, mas agora sem cravos, a sério.

    Abraço

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  2. Orwell deixou a dica. Parece que estão seguindo-a à risca.
    Obrigada pela visita e pelo carinho.
    abraço, garoto

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  3. As pessoas conseguem descer ao ponto do ridículo, quando querem. Sinceramente, não vejo qualquer problema no facto da IGF analisar as mensagens de e-mail dos seus funcionários. O e-mail e os restantes instrumentos de trabalho (computadores, etc) que são fornecidos pela Administração Pública são destinados a fins profissionais e não, ao contrário do que já vi por aí, para ver e-mails privados e outro tipo de conteúdos que em nada têm a ver com a função que exercem. Acresce a isto que, segundo consta, já haviam sido idenfiticadas fugas de informação com destinatários de todo o tipo (comunicação social, privados, etc), menos aqueles que devem ter acesso à informação como superiores hierárquicos, entre outros. Aliás, até prefiro que seja a IGF a ter acesso aos e-mails que envio e recebo durante as minhas funções, do que um hacker que se queira aproveitar do respectivo conteúdo. Quem não deve, não teme. Sempre que se fala em ver conteúdos privados, está tudo desgraçado e é um "Ai, Jesus!", cegando tanta gente ao ponto de perderem a racionalidade. O Estado não anda propriamente a contratar pessoas para se divertirem dias inteiros a ler e-mails entre namorados, nem tão-pouco existe para violar gratuitamente os direitos dos cidadãos, tal como as Inspecções-Gerais não existem para entalar ninguém, antes para assegurar que as funções estão a ser devidamente cumpridas.
    Por fim, devo dizer que os interesses da colectividade e da comunidade que os funcionários dos impostos representam estão acima de interesses particulares como a protecção da privacidade de cada um, sobretudo quando se utilizam instrumentos públicos, pagos pelos contribuintes, para esse fim. Sou a favor da tese que coloca a segurança acima de interesses menores, ainda que constitucionalmente reconhecidos, como a intimidade de cada um. Quando a segurança, bem como as restantes funções do Estado, corre o risco de ser violada por interesses particulares, não tenhamos dúvidas que esta última deve ceder até que o Estado possa garantir a segurança, privacidade e os interesses da sua sociedade.

    in http://barvelho.blogspot.com

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  4. Olá dj

    Obrigado pela visita e pelo comentário/transcrição do seu blog.

    Tentei responder lá directamente mas, por qualquer razão que me transcende, não consegui.

    Em relação à devassa dos emails dos funcionários dos impostos, há duas coisas que lhe lembro (e espero que não leve a mal):

    1 - O Ministério Público arquivou o processo, sinal de que não se detectou ninguém que tenha "pisado o risco". Mantenhamos a confiança nos funcionários dos impostos e na sua integridade moral e ética profissional.

    2 - É muitíssimo fácil, como certamente sabe, criar condições para impedir que os emails saiam da rede dos Serviços, criando uma rede fechada ou bloqueando caminhos para o exterior, o mesmo se aplicando a sites de webmail.

    Mas isso não foi feito e isso é um facto. Porquê? Incompetência ? Incúria ? Conveniência ?

    Em minha humilde opinião, se se pensava que havia quebras de segredo profissional ou fuga de informações confidenciais, esse seria o primeiro passo a dar: fechar a saída.

    Mas, se ler bem o meu post, verá que não é só isso que me preocupa.

    É tudo o mais que por cá se passa agora e que me faz lembrar os tempos de Salazar, que o meu amigo não viveu, dada a sua idade.

    E olhe que pode dar graças a Deus por não ter vivido esses tempos.

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  5. Quando há muita interferência precisamos ficar alertas.

    Abraço, Jorge e obrigado pela visita e comentário.

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