quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Feliz Ano Novo


Viagem pelo mundo lusófono (6) - Angola


Esta é terra dos meus amores. Aqui vivi toda a minha meninice e a minha juventude. Aqui brinquei. Aqui estudei. Aqui fiz os meus Grandes Amigos. Aqui tive a minha primeira namorada. Um dia talvez possa voltar.

O nome Angola deriva da palavra bantu N'gola, título dos governantes de uma região situada a leste da hoje capital Luanda, no século XVI, época na qual começou a o estabelecimento de entrepostos comerciais da região pelos portugueses. A ocupação efectiva deu-se após o Ultimato Britânico. Visou açambarcar a maior quantidade de território possível.

Foi uma colónia portuguesa até 1975, ano em que o país ganhou sua independência. Durante a ocupação filipina de Portugal, os holandeses procuraram desapossar os portugueses desta região, ocupando Luanda e outros pontos estratégicos do litoral (Benguela, Santo António do Zaire, as barras do Bengo e do Cuanza). Em 1648, o luso-brasileiro Salvador Correia de Sá reuniu no Rio de Janeiro uma grande expedição, com uma frota de quinze navios e cerca de dois mil homens, que expulsou os holandeses para contentamento tanto dos portugueses como dos colonos do Brasil.

No século XX Angola não conheceu a paz desde 1961 até 2002, primeiro em virtude da luta contra o domínio colonial português, depois como consequência da guerra civil que eclodiu em 1975 entre os principais partidos de Angola, os anteriores movimentos de libertação. O poder político manteve-se na posse do Movimento Popular de Libertação de Angola desde 1975, embora o partido da oposição União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) tenha dominado parte do território até ao fim da última guerra civil.

A guerra civil de 26 anos causou grandes danos às instituições políticas e sociais do país. As Nações Unidas estimam em 1,8 milhões o número de pessoas internamente deslocadas, enquanto que o número mais aceite entre as pessoas afectadas pela guerra atinge os 4 milhões. As condições de vida quotidiana em todo o país e especialmente em Luanda (que tem uma população de cerca de 4 milhões, embora algumas estimativas não oficiais apontem para um número muito superior) espelham o colapso das infra-estruturas administrativas bem como de muitas instituições sociais. A grave situação económica do país inviabiliza um apoio efectivo a muitas instituições sociais. Há hospitais sem medicamentos ou equipamentos básicos, há escolas que não têm livros e é frequente que os funcionários públicos não tenham à disposição aquilo de que necessitam para o seu trabalho.

Angola é hoje um dos países do mundo com o maior número de minas terrestres ainda activas.

A economia de Angola caracterizava-se até aos anos 1970 por ser predominantemente agrícola, sendo o café sua principal cultura. Seguem-se-lhe cana-de-açúcar, sisal, milho, óleo de coco e amendoim. Entre as culturas comerciais, destacam-se o algodão, o tabaco e a borracha. A produção de batata, arroz, cacau e banana é relativamente importante. Os maiores rebanhos são de gado bovino, caprino e suíno.

Angola é rica em minerais, especialmente diamantes, petróleo e minério de ferro; possui também jazidas de cobre, manganês, fosfatos, sal, mica, chumbo, estanho, ouro, prata e platina. As minas de diamante estão localizadas perto de Dundo, no distrito de Lunda. Importantes jazidas de petróleo foram descobertas em 1966, ao longo de Cabinda, e mais tarde ao largo da costa que desce até Luanda, tornando Angola num dos importantes países produtores de petróleo, com um desenvolvimento económico possibilitado e dominado por esta actividade. Em 1975 foram localizados depósitos de urânio perto da fronteira com a Namíbia.

Em Angola, a dança distingue diversos géneros, significados, formas e contextos, equilibrando a vertente recreativa com a sua condição de veículo de comunicação religiosa, curativa, ritual e mesmo de intervenção social. Não se restringindo ao âmbito tradicional e popular, manifesta-se igualmente através de linguagens académicas e contemporâneas. A presença constante da dança no quotidiano, é produto de um contexto cultural apelativo para a interiorização de estruturas rítmicas desde cedo. Iniciando-se pelo estreito contacto da criança com os movimentos da mãe (às costas da qual é transportada), esta ligação é fortalecida através da participação dos jovens nas diferentes celebrações sociais (os jovens são os que mais se envolvem), onde a dança se revela determinante enquanto factor de integração e preservação da identidade e do sentimento comunitário.

Angola hoje destaca-se pelos mais diversos estilos musicais, tendo como principais: o Semba, o Kuduro e a Kizomba.
(Fonte: Wikipédia)


terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Saindo para a pesca



Rio Arade - Portimão - Algarve - Portugal

Na Faixa de Gaza


Não quero expressar a minha opinião sobre o que acontece neste momento na Faixa de Gaza.
Mas quero, tão somente, constatar um facto.
Os meios de comunicação social realçam, diariamente, em textos e imagens o sofrimento do povo palestiniano.
Quase ninguém fala do que tem sofrido Israel. Porquê ?

De vez em quando aparece uma notícia de um ataque por rockets, de um ataque suicida em Telavive, em Haifa ou Jerusalém.
Mas logo se esquecem do que realmente se passa daquele lado da fronteira.

Ontem quase todas as televisões falavam em "força desproporcionada" do lado de Israel. Será ?
Será que na guerra, pois é disso que se trata, se podem (ou devem) impor limitações de força às partes beligerantes ?
Foram Iroshima e Nagasaki acções de "força despropositada" ? Foram os bombardeamentos da Alemanha "força despropositada" ?
Talvez sim... mas acabaram com o furor nipónico e nazi.

Era bom que não houvessem conflitos sangrentos entre os seres humanos. Que todos vivessem em paz e deixassem que o seu semelhante vivesse também em paz.
São sempre os mesmos votos que ouvimos nesta quadra de Fim de Ano. Para quê ?


Há crianças inocentes que sofrem de ambos os lados da fronteira

Viagem pelo mundo lusófono (5) - Moçambique


Depois de uma guerra de libertação que durou cerca de 10 anos, Moçambique tornou-se independente em 25 de Junho de 1975, na sequência da Revolução dos Cravos, a seguir à qual o governo português assinou com a Frelimo os Acordos de Lusaka. Após a independência, com a denominação de República Popular de Moçambique, foi instituído no país um regime socialista de partido único, cuja base de sustentação política e económica se viria a degradar progressivamente até à abertura feita nos anos de 1986-1987, quando foram assinados acordos com o Banco Mundial e FMI. A abertura do regime foi ditada pela crise económica em que o país se encontrava, pelo desencanto popular com as políticas de cunho socialista e pelas consequências insuportáveis da guerra civil que o país atravessou entre 1976 e 1992.
Na sequência do Acordo Geral de Paz, assinado entre os presidentes de Moçambique e da Renamo, o país assumiu o pluripartidarismo, tendo tido as primeiras eleições com a participação de vários partidos em 1994.

Moçambique é reconhecido por seus artistas plásticos: escultores (principalmente da etnia Makonde) e pintores (inclusive em tecido, técnica batik). Artistas como Malangatana, Gemuce, Naguib, Ismael Abdula, Samat e Idasse destacam-se na área de pintura.

A música de Moçambique é uma das mais importantes manifestações da cultura deste país. A música tradicional tem características bantu e influência árabe principalmente na zona norte e, como tal, é normalmente criada para acompanhar cerimónias sociais, principalmente na forma de dança.
A música comercial tem raízes na música tradicional, mas muitas vezes usando ritmos e tecnologias importadas de outras culturas. Um dos tipos de música comercial mais conhecidos é a marrabenta, originária do sul do país, que não é apenas música de dança, mas tem frequentemente uma letra com grande conteúdo social.
A timbila chope, um instrumento musical tradicional, foi considerado pela Unesco, em 2005, Património Imaterial da Humanidade.

José João Craveirinha (Lourenço Marques, 28 de Maio de 1922 – Maputo, 6 de Fevereiro de 2003) é considerado o poeta maior de Moçambique. Em 1991, tornou-se o primeiro autor africano galardoado com o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa.

Mia Couto (Beira, 1955) é um dos escritores moçambicanos mais conhecidos no estrangeiro. António Emílio Leite Couto ganhou o nome Mia do irmãozinho que não conseguia dizer "Emílio". Segundo o próprio autor a utilização deste apelido tem a ver com sua paixão pelos gatos e desde pequeno dizia a sua família que queria ser um deles.Nasceu na Beira, a segunda cidade de Moçambique, em 1955. Ele disse uma vez que não tinha uma "terra-mãe" - tinha uma "água-mãe", referindo-se à tendência daquela cidade baixa e localizada à beira do Oceano Índico para ficar inundada.

Massacrados por duas guerras (a de libertação e a civil) e por constantes catástrofes naturais, as cheias a provocar milhares de desalojados, os povos de Moçambique bem podem ser apelidados de "Os bastardos de Deus".

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Viagem pelo mundo lusófono (4) - Guiné-Bissau


A princípio, quando me propus levar a cabo este projecto, tencionava aqui reproduzir um vídeo que tinha encontrado no YouTube, pelo facto de haver muito poucas coisas sobre a Guiné Bissau, especialmente no campo da música. Mas encontrei esta linda voz de Eneida Marta, cantando em criolo, e resolvi divulgá-la. As fotografias estão dispersas pela net.


Floresta de mastros



Marina de Lagos - Algarve - Portugal

domingo, 28 de dezembro de 2008

São Miguel - Açores


As belas imagens que vão ver no vídeo são fotografias da minha amiga Fernanda Costa, proprietária do blog FOTOS-FERNANDA onde, com muita qualidade, a autora mostra as belezas incomparáveis das ilhas açorianas, a sua terra natal.

Da Lagoa das Sete Cidades às Furnas, passando por Vila Franca do Campo e pela Caloura, a Ilha de S. Miguel está brilhantemente registada nas páginas dos blogues da Fernanda.

Os blogues da Fernanda, que vivamente recomendo a todos os que gostam de fotografia, não só contêm fotos de S. Miguel, mas também de outras das 9 ilhas dos Açores, bem como belíssimos textos e poemas.

Obrigado, Fernanda, por me ter autorizado o "roubo" destas imagens.

Porque lá vivi durante quatro anos, foi bom recordar essa terra que tantas saudades me deixa.

Embora não incluído na série Viagem pelo Mundo Lusófono, que estou a publicar, este vídeo é também um tributo à portugalidade.


Viagem pelo mundo lusófono (3) - S. Tomé e Príncipe


São Tomé e Príncipe é um estado insular localizado no Golfo da Guiné, composto por duas ilhas principais (São Tomé e Príncipe) e várias ilhotas, num total de 964 km², com cerca de 160 mil habitantes.
As ilhas de São Tomé e Príncipe estiveram supostamente desabitadas até 1470, quando os navegadores portugueses João de Santarém e Pedro Escobar as descobriram. Foi então, uma colónia de Portugal desde o século XV até sua independência em 1975.
A cana-de-açúcar foi introduzida nas ilhas no século XV, mas a concorrência brasileira e as constantes rebeliões locais levaram a cultura agrícola ao declínio no século XVI. Assim sendo, a decadência açucareira tornou as ilhas entrepostos de escravos.
A agricultura só foi estimulada no arquipélago no século XIX, com o cultivo de cacau e café.
O ilhéu das Rolas fica a poucos metros a sul da ilha de São Tomé, e apresenta a particularidade de ser atravessado pela linha do Equador.
São Tomé e Príncipe tem apostado no turismo para o seu desenvolvimento, mas a recente descoberta de jazidas de petróleo nas suas águas abriu novas perspectivas para o futuro. (Fonte: Wikipédia)


sábado, 27 de dezembro de 2008

Viagem pelo mundo lusófono (2) - Cabo Verde


A língua nacional de Cabo Verde, a língua do povo, é o crioulo cabo-verdiano (criol, kriolu). Cabo Verde é formado por dez ilhas (nove habitadas) e cada ilha tem um crioulo diferente. O crioulo está oficialmente em processo de normalização (criação duma norma) e discute-se a sua adopção como segunda língua oficial, ao lado do português.
O povo caboverdeano é conhecido por sua musicalidade, bem expressa por manifestações populares como o Carnaval de Mindelo, cuja importância faz com que a cidade seja conhecida nos dias dos festejos momescos como "Brazilim" (ou "pequeno Brasil").
Na música, há diversos géneros musicais próprios, dos quais se destacam a morna, o funaná e a coladera. Cesária Évora é a cantora cabo-verdiana mais divulgada no mundo, conhecida como a "diva dos pés descalços", pois gosta de se apresentar assim no palco. É ela que podemos ouvir e ao mesmo tempo admirar imagens deslumbrantes daquele país irmão. (Fonte: Wikipédia)


A falsa urgência


O Director-Geral de Saúde, Dr. Francisco George, apelou ontem para que os utentes só se dirijam às Urgências Hospitalares em caso de "necessidade absoluta".

Este conceito de "necessidade absoluta" é demasiado subjectivo para que se possam definir os seus correctos parâmetros.

É um facto que, ao longo de muitos anos, assisti doentes no Serviço de Urgência que, como médico, diria que não tinham necessidade de recorrer àquele Serviço. Porém, do ponto de vista do doente/utente (detesto a palavra utente) as coisas não eram bem assim.

A rotulação de "falsa urgência" é sempre feita a posteriori e por quem está do outro lado da barricada.

Vejamos exemplos:
1 - A pessoa que sente uma dor no peito, que se estende ao braço esquerdo, pode pensar (e com razão) que está a fazer um enfarte e dirige-se ao hospital mais próximo. Falsa urgência, porque era apenas uma dor muscular com electrocardiograma e enzimas normais.
2 - Um indivíduo, na rua, torce um tornozelo. "Ah isto passa !!! Água quente com sal". Errado. Até pode ter feito uma rotura de ligamentos, ou mesmo uma fractura maleolar, que impõe uma imobilização de urgência. Quantas nos aparecem 15 dias depois do tal tropeção na rua...
3 - Uma "dor aguda de estômago" com vómitos. "Tem calma. Isto passa com um cházinho...". Já vi aspirar mais de dois litros de chá de poejo da cavidade abdominal e o doente acabar por morrer com uma peritonite. Tinha uma perfuração de úlcera gástrica.

É certo que os Serviços de Urgência hospitalares têm uma percentagem muito grande de casos que não justificariam (e digo justificariam, no condicional) um recurso a serviços desta índole mas que, de alguma forma, não devem prescindir de uma observação médica, por vezes até especializada.

E qual é a opção da pessoa que se sente mal ?

Diz o Dr. Francisco George que a pessoa "deve procurar o seu médico de família ou assistente". Onde? Quando tem a possibilidade de obter uma consulta?
Ou "telefonar para a linha Saúde 24". Ponho as maiores reservas quanto à eficácia dessa linha telefónica. Quem está do outro lado? Um médico? Mesmo que assim fosse não me parece que uma "consulta telefónica" possa dar garantias mínimas de qualidade.

Em minha modesta opinião, o que os sucessivos governos deste país têm andado a fazer é desinformar as pessoas procurando que os serviços de saúde, insuficientemente dotados de pessoal e meios, sejam menos procurados e, consequentemente menos responsabilizados.

Acho que, neste caso das "falsas urgências hospitalares" se está a tentar atribuir as culpas à vítima, para limpar a face do verdadeiro "criminoso".


sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Viagem pelo mundo lusófono (1) - Timor Lorosae



Com o primeiro vídeo desta série, quero iniciar um périplo pelo mundo da lusofonia, de Portugal a Timor, passando por Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola, Moçambique e Brasil.

Os vídeos, que eu produzi, contêm imagens e músicas representativas da cultura de cada uma das nações da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Comecemos pelo mais longínquo, a mais nova das nações onde se fala português: Timor Lorosae.


quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Mais violência nas escolas portuguesas


Em 18 de Dezembro passado, numa escola da cidade do Porto, um grupo de alunos terá apontado uma pistola de plástico a uma professora, durante uma aula, exigindo boas notas no final do período escolar.

Segundo o Público, "...a presidente do Conselho Executivo considera ter-se tratado apenas "de uma brincadeira de fim de período que mais ou menos toda a gente fez" e que seria resolvida internamente, caso não tivessem sido captadas as imagens que circulam na Internet".

E, segundo a Agência Lusa, "...É uma brincadeira de muito mau gosto e que excedeu os limites do bom senso, mas até agora não tenho razões para acreditar que tenha sido mais do que isso", disse Margarida Moreira (Directora Regional de Educação do Norte). Afirmando que lamentava "seriamente, e já o disse à presidente do conselho executivo, que a comunicação social saiba do sucedido antes do Ministério da Educação".

Realmente estas declarações não parecem de pessoas minimamente inteligentes e que deveriam ter senso suficiente para não as proferir.

O desvalorizar deste tipo de atitudes por parte de alunos e querer abafar o assunto "internamente" não é comportamento digno de uma professora que ocupa o lugar máximo na hierarquia da Escola. Esta senhora não tem decididamente perfil para se manter na Presidência de um Conselho Executivo. Deveria demitir-se ou ser de imediato demitida.

Da Directora Regional de Educação do Norte já estamos habituados a ouvir declarações desmioladas. Estas constituem mais um episódio.

Nem no Carnaval, que ainda vem longe, se admitem estas mascaradas.

Welwitschia Mirabilis



Ao serão falámos de Angola. Dos nossos tempos de juventude, das belezas passadas daquela terra que nos acompanhará para sempre nas nossas vidas.
A minha viagem de finalistas do Liceu Nacional de Nova Lisboa foi a terras do Sul, à Huíla. Das recordações que me ficaram gravadas realço o deserto do Namibe. E, como não podia deixar de ser, a Welwitschia Mirabilis.
Vi-a pela primeira e única vez ali, no meio do cascalho, da aridez da terra, como que pincelando de verde o castanho da planície.
Diz-se que está em vias de extinção e, por incrível que pareça, só os campos minados de Angola a protegem. Ironia do destino.

A Welwitschia Mirabilis é uma planta desértica, descoberta a 3 de Setembro de 1859 pelo botânico explorador austríaco Frederich A. Welwitsch.
Frederic Welwitsch (1809-1878) foi para Lisboa em 1839. Posteriormente conseguiu autorização para entrar em Angola, para onde embarcou a 8 de Agosto de 1853.

Fez demoradas explorações botânicas e descobriu a Welwitschia Mirabilis no deserto de Moçâmedes (actualmente com o nome de Deserto do Namibe).

A planta que recebeu o binome de Welwitschia Mirabilis era tão diferente, morfologicamente, de todas as espécies botânicas conhecidas, que dada a grandeza dessas diferenças, não “cabia” em nenhum dos géneros já descritos. Houve, por isso, a necessidade de criar um novo, no qual ainda hoje se conserva, como uma única espécie, a Welwitschiaceae.

É também conhecida por "Tumbo", pelos autóctones, nativos da região do deserto de Moçâmedes.

Planta da família das gimnospérmicas adaptada à vida nas regiões desérticas da Africa tropical, é acaule de grandes dimensões, com a forma de um gigantesco cogumelo dilatado e côncavo de 50 a 75 cm de altura que parece partida pelo golpe de um machado em tiras.

As suas grandes folhas, duras e muito largas, deitadas no chão, arrastam-se pelo deserto podendo atingir dois ou mais metros de comprimento.

As suas flores são unisexuadas.

Os estames masculinos atingem aproximadamente 6 cm (antenas com 3 divisões) e localizam o óvulo estéril envolto pelo perianto.


terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Feliz Natal


Desejos de um Feliz Natal para todos os meus Amigos e leitores.

Novo episódio na crise da educação


O secretário de Estado Adjunto e da Educação afirmou hoje que não é possível manter negociações com os sindicatos de professores, caso estes continuem a apelar à suspensão do modelo de avaliação de desempenho nas escolas.

"O Governo não deixará de extrair conclusões da atitude dos sindicatos (...). Não é possível desenvolver um processo negocial de boa-fé com quem está permanentemente a apelar ao incumprimento da lei", afirmou Jorge Pedreira. (Fonte: Público)

Na realidade este Ministério da Educação já não sabe o que fazer para sair deste imbróglio de cara lavada. Esticaram a corda demais e ela vai partir em breve.
Este senhor Secretário de Estado, o único que ainda dá a cara na comunicação social, continua a defender o indefensável e ameaçar os professores.
Só me admira que a Fenprof e os professores ainda não tenham visto que está na hora do golpe final com a transformação da greve de um dia, marcada para 19 de Janeiro, em greve continuada até resolução dos problemas.
Têm medo de quê ? Perder algumas migalhas em Euros ? Os funcionários da recolha do lixo ganham menos e avançaram.
Têm medo de processos disciplinares ? A Inspecção Geral já disse o que pensava disso em Carta Aberta. E quantos milhares de processos seriam necessários ?
E mais: admira-me que os dirigentes da Fenprof continuem a fazer figura de palermas, comparecendo às reuniões que lhes são pedidas.
Tenham maneiras senhores professores. Dêem exemplos de firmeza, de coragem, já que a força está na vossa união.
A opinião pública já se apercebeu da situação, não tenham medo de agir em força.

Aqui morou Che Guevara




Havana - Cuba

domingo, 21 de dezembro de 2008

Reunião de amigas à espera do homem perfeito


Os profissionais da saúde não são como os professores


O conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) apresentou a sua demissão em bloco à ministra da Saúde, Ana Jorge, revelou hoje fonte hospitalar. De acordo com a mesma fonte, os directores de serviços de médicos e de enfermagem do hospital de Portalegre e os directores de quinze dos 16 centros de saúde que compõem a ULSNA também apresentaram a sua demissão.
Esta tomada de posição, surge como forma de contestação por ainda não terem sido nomeados, por parte do Governo, dois elementos do conselho de administração para chefiar a direcção clínica e assumir o cargo de administrador delegado da ULSNA. Este processo, segundo a mesma fonte, arrasta-se há dois meses.

A ULSNA, constituída a 1 de Março de 2007, integra os hospitais de Portalegre e Elvas e os 16 centros de saúde do distrito de Portalegre. A mesma fonte hospitalar revelou que, na sequência das demissões apresentadas à ministra da Saúde, os funcionários da ULSNA estão a promover um abaixo-assinado, que tem como objectivo mostrar a sua solidariedade para com os elementos demissionários.
(Fonte: Público)

Como eu dizia há dias atrás, os profissionais de saúde não são como os professores.
Já imaginaram o que seria se todos os elementos de todos os Conselhos Executivos das Escolas deste país, se demitissem ?
Curiosamente alguns até se mostram nas manifestações ... mas não se demitem.

A luta dos Professores


A Plataforma Sindical de Professores entrega amanhã no Ministério da Educação (ME) "o maior abaixo-assinado de sempre" de docentes, a exigir a suspensão do processo de avaliação de desempenho e o fim da divisão da carreira em duas categorias.
O porta-voz da Plataforma, que reúne os 11 sindicatos do sector, garantiu que este será "o maior abaixo-assinado de sempre" da classe, ultrapassando as cerca de 60 mil assinaturas recolhidas em Novembro de 2006, contra o Estatuto da Carreira Docente (ECD).

Durante a última manifestação de professores, que a 08 de Novembro reuniu em Lisboa cerca de 120 mil pessoas, segundo os sindicatos, foi agendada uma greve nacional para 19 de Janeiro, data em que se cumprem dois anos sobre a entrada em vigor do ECD.
(Fonte: Público)

Os professores começam a esmorecer.
Os números das reacções diminuem.
Os que não apoiam uma greve sem prazos são muitos, a avaliar pelo que se lê nos blogues.
Os Conselhos Executivos estão "domesticados" porque não querem perder os tachos.
Temo que o Ministério consiga os seus objectivos.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Na dor darás à luz


A proporção de partos por cesariana voltou a aumentar em 2007, reforçando a tendência observada ao longo dos últimos anos. Apesar das recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e das metas traçadas no Plano Nacional de Saúde (PNS), o número de partos por acto cirúrgico não pára de crescer e representa agora mais de um terço (35,3 por cento) do total de nascimentos em Portugal. É o segundo país da UE com maior taxa de cesarianas, de acordo com o relatório do projecto Euro-Peristat. (Fonte: Público)

Confesso que não vejo razões para que isto não aconteça.

Ou será que ainda devemos aceitar, impávidos e serenamente, o conceito retrógrado de "na dor darás à luz" ?

Socialismo lá como cá


Enquanto o povo angolano ainda sofre com os problemas do post guerra, num país onde ainda há fome e miséria, Isabel dos Santos, filha do Presidente da República Popular de Angola, José Eduardo dos Santos, gastou cerca de 164 milhões de euros na compra de acções do Banco Português de Investimento (BPI).

República Popular ???

Socialismo lá como cá.

Os Putos


quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Kurikutela - Duo Ouro Negro


Quando Raúl Indipwo e Milo MacMahon (Duo Ouro Negro) fizeram uma digressão pelo Brasil, alguém lhes disse:
- A música de Angola é muito parecida com a nossa.
Raúl respondeu:
- É ? Ou não será o contrário ?

Kurikutela significa "comboio" (br:trem) e celebra o veículo de ferro onde "Toda a gente leva pressa / de chegar à sua terra / Estão os parentes à espera".


segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Sócrates confessa


O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou hoje que 2009 será um ano de "tempos difíceis", que exigem "o melhor de todos, empresários e administração pública". (Fonte: Público)

Até que enfim !!!

Depois de tantas mentiras... já não consegue esconder o que todos sabíamos.

Brasil - Tertúlia Virtual


O que poderá dizer um português acerca do Brasil ?

Dizer que "... deitado eternamente em berço esplêndido, ao som do mar e à luz do céu profundo, fulguras, ó Brasil, florão da América, iluminado ao sol do Novo Mundo" ?

Dizer que é linda a ínfima parte que se conhece desse continente, por lá ter ido algumas vezes em férias ?

Dizer que se gosta do povo, porque se conhece uma dúzia dos milhões de brasileiros ?

Dizer que "... és belo, és forte, impávido colosso, e o teu futuro espelha essa grandeza" ?

Tudo isso é verdade e já foi dito (aliás é cantado todos os dias com o coração e a voz dos brasileiros), mas irrelevante nesta Tertúlia Virtual, ou seja numa blogagem colectiva sobre um determinado tema, em que se pressupõe o aporte de algo novo ou a discussão de um tema polémico. E mais irrelevante ainda se for dito por um estrangeiro.

Por isso, vou limitar-me, nesta Tertúlia, a ler muito sobre o Brasil, nos blogues dos amigos. Tenho a certeza de que vou aumentar grandemente os meus conhecimentos sobre essa Pátria imensa, grandiosa nuns pontos, mas também sofrida, bela em muitos aspectos, dura e crua noutros. Vou saber mais sobre esse povo multirracial, único no mundo.

Fica o desejo de que o "Brasil, de amor eterno seja símbolo ... E diga o verde-louro desta flâmula : - Paz no futuro e glória no passado."

Fica o desejo de voltar.

Fica a saudade... e ficam as recordações. Até as da minha infância:


domingo, 14 de dezembro de 2008

Aveiro à noite


Acabei de receber da minha amiga Safira, autora do blogue Escola do Presente, um slideshow em PowerPoint sobre a cidade de Aveiro à noite.
As imagens são de extrema beleza e eu não resisti a transformá-lo em vídeo, acrescentando uma música do inimitável Carlos Paredes.
Aqui está aquela a que chamam a Veneza de Portugal.

Os médicos não são como os professores


O Governo está em maré de "comprar" guerras. Primeiro os funcionários públicos em geral, de seguida os professores, agora os médicos.

Por este caminho não vai ter um Feliz Ano Novo.

A cegueira reformista (ou teimosia destruidora) impede o bom senso, pondo claramente a nu o autoritarismo. Estamos a regredir 35 anos.

Assistimos à destruição da Escola Pública, estamos a assistir à destruição do Serviço Nacional de Saúde, áreas sensíveis da sociedade onde, mais do que em quaisquer outras se desejam calma, serenidade e bom ambiente de trabalho, sem os quais é impossível levar a cabo as tarefas que competem aos profissionais dos respectivos sectores.

A substituição de Correia de Campos por Ana Jorge foi afinal tão só uma mudança de pessoas, que não correspondeu a uma alteração da política desastrosa do Governo.

Os encerramentos dos serviços vão continuar pelo País fora e agora pretende-se alterar, por via legislativa própria e com um simulacro de audição dos sindicatos, as Carreiras e Qualificações Médicas.

Quer agora o Governo impor um regime de 40 horas de trabalho semanal, quer que os médicos com mais de 50 anos de idade regressem ao trabalho nocturno na Urgências (de que estavam dispensados), quer que os médicos com mais de 55 regressem ao trabalho diurno nas Urgências e assim se pretende eliminar para os médicos os limites à prestação de trabalho extraordinário previstos no Código do Trabalho.

O Governo quer descaracterizar a Carreira Médica de Clínica Geral e a de Saúde Pública, ignora as de Medicina do Trabalho e de Medicina Legal.

Tudo isto sem que se fale em remunerações, claro.

A revogação pura e simples do Decreto-Lei 73/90 (Regime das Carreiras Médicas) trás consigo a revogação de muita legislação em vigor, inclusive o Decreto-Lei 44/2007 (este já de Correia de Campos). Casa e descasa !!!

No domínio da Qualificação, quando se entrega a titulação e graduação em exclusivo à Ordem dos Médicos, pretende-se acabar com a capacidade formativa e de avaliação dos Hospitais, regressando às condições do tempo da "outra senhora". Será que vai ser restaurado o famigerado Exame à Ordem ? Será que vão acabar os Internatos Hospitalares ? Será que vai avante a Recertificação, obrigatória de 5 em 5 anos, perante a Ordem (com uma reavaliação curricular, uma prova técnica pública de competências e uma discussão de artigo científico publicado), sem a qual o médico fica impossibilitado do exercício profissional ? Em que outras Ordens isto se passa ?

Diz o Sindicato Independente dos Médicos (SIM): "... se pensarmos que a transição de categorias e de posições remuneratórias implicam milhões de euros em gastos salariais, e que filtros apertados vêm mesmo a calhar ... e se for tida em conta a alteração pretendida no Internato Médico e que possibilita o exercício autónomo da medicina no fim do 1º ano, assim lançando no mercado de trabalho mão de obra barata e pouco reivindicativa, mesmo que paradoxalmente (será?) à custa de uma menor qualificação técnica ... o que se exige agora aos médicos portugueses, e sobretudo aos que exercem a sua actividade no Serviço Nacional de Saúde, é que cada um e todos se definam. Agora já não dá para subterfúgios e silêncios dúbios. O tempo é de cerrar fileiras e limpar as armas. A vantagem do tempo presente é que só dá direito a duas posições/resposta - sim ou não. O talvez morreu."

Há uma coisa de que este Governo se esquece: é que os médicos e os outros profissionais da saúde não são como os professores.
A luta será muitíssimo mais dura.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

E quando a boca lhe foge prá verdade ?


A Ministra da Educação e o tamanho do meu pénis


Hoje resolvi entrar na pasta do spam do meu e-mail e o que lá vi deixou-me perplexo: "Top 15 Famous Brands Rep1icaRolex ...", "Buy a Genuine College Degree at cheap price & deliver to you in 2 weeks, No study needed ...", "I am a nice pretty girl ...", "Real Cheap CialisViagra combopack ...", "Aumente o tamanho do seu pénis ...", "From: DGRHE.MEducacao@dgrhe.min-edu.pt ... Subject: Esclarecimento - Avaliação de desempenho"...

Lixo todo junto e que confusão na minha frágil cabeça.

Cialis e Viagra aconselhados pela ministra da Educação de Portugal ? É ela quem diz que é uma nice pretty girl ?
Raios.. eu não sou professor...eu não sou funcionário público...
O que é que a ministra da educação tem a ver com o tamanho do meu pénis ?
Ou será que eu estou confuso ?

Eu não estou minimamente interessado na senhora. Até acho que é suficientemente feia para me fazer perder quaisquer emoções ou desejos de ordem sexual. Ela que me desculpe mas está naquele grupo de mulheres que eu considero verdadeiros estafermos, fisicamente falando claro. E, como sou heterossexual assumido, também não estou interessado em qualquer relação com os seus secretários de estado, nomeadamente com aquele careca que aparece todos os dias na televisão e nos jornais.
Deve haver aqui grossa confusão.

Relógios ? O ministério da educação de Portugal vende relógios contrafeitos ? Obrigado mas tenho um verdadeiro.

Compra de um diploma ? Bom isso já eu calculava que se vendiam... só não sabia bem onde. Também não preciso porque tenho o meu, tirado com muito sacrifício e com anos de estudo e provas. E este, garanto-vos, é verdadeiro.
Qualquer coisa não está bem...

Será que tenho vírus no computador ? Não pode ser porque tenho um Mac.

Vamos com calma. Vamos lá abrir isto antes de apagar tudo, embora o que está naquela pasta costume ser só lixo.

Realmente eu estava a fazer uma tremenda confusão. As mensagens de e-mail nada tinham a ver umas com as outras.
Afinal a senhora ministra da educação do meu país não vende relógios, não vende diplomas de cursos superiores, nem vende Viagra ou Cialis.
Parece que afinal também não está especialmente interessada no tamanho do meu pénis, nem se considera (e ainda bem) uma "nice pretty girl" (pelo menos deve ter noção exacta do que vale como mulher, sexualmente falando, haja Deus !!!).

Mas o spam da Direcção-Geral de Recursos Humanos da Educação está cá. Na pasta do spam claro. No meio do lixo electrónico, onde realmente deve estar.

Como tiveram acesso ao meu e-mail ? E porque é que o e-mail de tão "distinta" origem foi parar, e bem, à minha pasta de spam ?

Primeiro porque a recepção foi "independente de intervenção do destinatário" e o seu envio, "nomeadamente por via de aparelhos de chamada automática, aparelhos de telecópia ou por correio electrónico, carece de consentimento prévio do destinatário", que eu não dei.
Depois porque "o destinatário deve ter acesso a meios que lhe permitam a qualquer momento recusar, sem ónus e independentemente de justa causa, o envio dessa publicidade para futuro". E eu não tenho.
Depois ainda "Cada comunicação não solicitada deve indicar um endereço e um meio técnico electrónico, de fácil identificação e utilização, que permita ao destinatário do serviço recusar futuras comunicações", o que mensagem não contém. Eu respondi pedindo que não me mandassem mais mensagens e obtive a informação de que a minha resposta não poderia ser entregue, blá, blá, blá (serviço automático do meu provedor). O costume. (o que está em itálico são transcrições do Decreto-Lei nº 7/2004 de 7 de Janeiro (Transposição da Directiva nº 2000/31/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 8 de Junho de 2000), no seu Artigo 22º)).

Sendo assim só temos duas opções: ou os computadores do Ministério da Educação estão carregados de vírus que os fazem enviar mensagens indiscriminadamente ou estou a assistir ao maior despudor, ao maior descaramento, à maior ilegalidade feita por quem tem o dever de ser o primeiro a respeitar a Lei: o Governo de Portugal. E por quem nesse Governo tutela a pasta da Educação que tem por missão supervisionar a missão de bem ensinar os nossos filhos, não só na vertente científico-humanista, mas também em tudo o que diz respeito ao bom comportamento em sociedade e postura cívica.

Não sei, francamente, o que será pior: se saber que o nosso Primeiro Ministro e o Ministro da Economia fumam o seu cigarrito, meio às escondidas, num avião de transporte de passageiros, se constatar que a Ministra de Educação, por si própria ou através dos serviços que tutela, publicamente desrespeita a Lei.

E, como diz o nosso povo, "cesteiro que faz um cesto ..."

Por favor minha senhora, ponha ordem no seu Ministério, cumpra e faça cumprir a Lei. Se não conseguir, demita-se. Vá para casa repousar.


quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Para Mudar é Preciso Participar


A crise financeira e as graves dificuldades económicas sentidas no mundo inteiro dão uma medida da irresponsabilidade da especulação e das políticas que têm conduzido ao desemprego, à precariedade e à perda dos salários. Considera-se que essas políticas devem ser discutidas e combatidas, porque constituem ataques à democracia.

Perante a emergência social e como referiu Manuel Alegre na sua intervenção no Teatro da Trindade em Junho deste ano, “é preciso quebrar tabus”. O fórum da Aula Magna será esse espaço de reflexão aberta de quem entende que a defesa de serviços públicos modernos e de qualidade é um valor essencial da responsabilidade da República. (Fonte: MIC)

Fórum "Democracia e serviços públicos

14 de Dezembro - Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa

Oradores Sessão final (17.00 H.)

Manuel Alegre
Ana Drago
Maria do Rosário Gama

Oradores Painéis de debate (11.00 e 14.30)

11.00 H.

Economia
Moderador: José Maria Castro Caldas
Oradores: João Rodrigues, André Freire, Alexandre Azevedo Pinto, Jorge Bateira

Educação
Moderador: Paulo Sucena
Oradores: Cecília Honório, Nuno David, José Reis, Jorge Martins

14.30 H.

Cidades
Moderador Helena Roseta
Oradores: Manuel Correia Fernandes, Pedro Soares, Pedro Bingre, Fernando Nunes da Silva

Trabalho
Moderador: Manuel Carvalho da Silva
Oradores: Jorge Leite, Elísio Estanque, Mariana Aiveca

Saúde
Coordenador: António Nunes Diogo
Oradores: Cipriano Justo, João Semedo, Mário Jorge, Manuel Correia da Cunha

Direitos Humanos - Blogagem Colectiva




Soneto dos vencidos


Quando subi a serra, alguns troçaram,
Enquanto a multidão, em volta, ria...
E troças e risadas arranharam
Tudo o que em mim sentia e se doía.

Todos os mais, depois, me detestaram,
Por eu não ser igual à maioria.
E, fortes, contra um, cem abusaram,
Enquanto a multidão, em volta, ria..

Fartar, vilões, que estou cansado!
Eis-me – Ecce-Homo! – Nu, prostrado e atado.
Podeis lançar-me à cara os vossos lodos!

Mas eu, quanto mais sofro mais me prezo:
Só o meu orgulho iguala o meu desprezo...
E vingo-me em ter pena de vós todos.

(José Régio, in Ver. Bysancio, I, 1923)

José Régio, pseudónimo de José Maria dos Reis Pereira, é um escritor português, natural de Vila do Conde, e o seu nascimento data de 1901. Em Vila do Conde, terra onde viveu até acabar o quinto ano do liceu, publicou os seus primeiros poemas nos jornais, O Democrático e República. Aos dezoito anos, José Régio, foi para Coimbra, onde se licenciou em Filologia Românica (1925), com a tese As Correntes e As Individualidades na Moderna Poesia Portuguesa. Esta tese na época não teve muito sucesso, uma vez que valorizava poetas quase desconhecidos na altura, como Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro; mas, em 1941, foi publicada com o título Pequena História da Moderna Poesia Portuguesa.
Em 1927, com Branquinho da Fonseca e João Gaspar Simões, fundou a revista Presença, que veio a ser publicada, irregularmente, durante treze anos. Esta revista veio a marcar o segundo modernismo português, que teve como principal impulsionador e ideólogo, José Régio. Este, também escreveu em jornais como Seara Nova, Ler, O Comércio do Porto e o Diário de Notícias. Foi neste mesmo ano que José Régio começou a lecionar num liceu no Porto, até 1928, pois a partir desse ano, passou a lecionar em Portalegre, onde esteve mais do que trinta anos. Em 1966, Régio voltou para Vila do Conde, onde veio a morrer em 1969.
José Régio teve durante a sua vida uma participação activa na vida pública, mantendo-se fiel aos seus ideais socialistas, apesar do regime autoritário de então, e também, seguindo os gostos do irmão, Júlio Saul Dias, expressou o seu amor pelas artes plásticas, ilustrando um dos seus livros.
Como escritor, José Régio, dedicou-se ao ensaio, à poesia, ao texto dramático e à prosa. Reflectindo durante toda a sua obra problemas relactivos ao conflito entre Deus e o Homem, o indivíduo e a sociedade. Usando sempre um tom psicologista e misticista, analisando a problemática da solidão e das relações humanas, ao mesmo tempo que levava a cabo uma auto-análise.
José Régio é considerado um dos grandes vultos da moderna literatura portuguesa, e recebeu em 1966, o Prémio Diário de Notícias e, em 1970, o Prémio Nacional da Poesia. Hoje em dia, as suas casas em Vila do Conde e em Portalegre são casas-museu. (Fonte: Wikipédia)

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Economia em queda livre


Economia portuguesa contraiu-se novamente no terceiro trimestre e arrisca recessão.

A economia voltou a contrair-se (0,1 por cento) no terceiro trimestre do ano, em comparação com o trimestre anterior, depois de já ter observado idêntico comportamento entre Janeiro e Março (recuo 0,2 por cento), anunciou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
(Fonte: Público)

Mais uma vez o Instituto Nacional de Estatística vem contradizer o Governo.
Devagar, devagarinho vamos caindo no abismo.
Leia mais ...

Cachorro com Mac



Flickr :
Arroz con Nori

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Deputados da Nação ?


Este é o título de um artigo de opinião, publicado no Jornal de Notícias. O seu autor, Manuel António Pina, refere-se à faltas dos deputados de vários partidos na Assembleia da República, em vésperas de um fim de semana prolongado.
Do artigo retirei o seguinte passo que me parece de extraordinária oportunidade:

"Se aos deputados (gente, essa sim, com privilégios) se aplicasse o modelo de avaliação dos professores, e também eles tivessem que definir objectivos individuais, ter intervenções assistidas e ser julgados pelos "resultados", quantos aprovariam ?"

Fica a pergunta no ar.

Ainda a crise no ensino (2)


Numa análise lúcida à situação, Moita Flores escreveu no Correio da Manhã de ontem:

"Parece que no essencial estão de acordo as duas partes: os professores devem ser avaliados. Discutem os métodos. Estão em guerra por causa da forma e não por causa do conteúdo. E sendo certo que até o primeiro-ministro já reconheceu que a proposta que continua teimosamente a ser imposta é burocrática e ineficaz, não faz sentido que em vez de escutar o protesto e perceber a razoabilidade das coisas se venha dizer que o modelo até pode ser mau mas não se mexe em tal coisa até ao fim do ano lectivo. Se é mau, então que se lhe ponha termo o mais depressa possível. Isto não é sério. Nem é sério confundir o protesto de tantos milhares com o estafado argumento de que os professores que andam nisto querem boa vida."

Não se vê fim à vista. As Direcções Regionais de Educação estão a dar "ordens telefónicas" aos Conselhos Executivos das Escolas no sentido de serem impostas novas regras e prazos, para o prosseguir do processo.
Já não há paciência para aturar toda esta estupidez, arrogância e rol de ilegalidades do próprio Governo, que, em desespero, faz tábua rasa das Leis da República.

Interlúdio com Florbela Espanca - Blogagem Colectiva




Quando me propus colaborar nesta blogagem colectiva não esperava encontrar o panorama com que me deparei: a imensa quantidade de admiradores da poetisa portuguesa, no Brasil.
Por isso que escrever ? Valerá a pena se a maioria dos leitores do meu blogue são brasileiros e a conhecem tão bem ? Biografia ? Para quê ? Análise literária ? Não sou crítico da matéria ? Então encontrei o vídeo. Não editado no Brasil. O vídeo que liga Florbela ao país irmão pela música, pela voz, pela melodia do sotaque.

Joanna - Perdidamente

domingo, 7 de dezembro de 2008

Forcados Portugueses



Pegas de Touros
Grupo de Forcados Amadores de Montemor
Música: Variações sobre o Fandango do Ribatejo

António Alçada Baptista


O escritor e jornalista António Alçada Baptista morreu hoje aos 81 anos.

António Alçada Baptista nasceu em 1927 na Covilhã. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, Alçada Baptista tem uma vasta obra literária publicada. Esteve também ligado ao jornalismo e à edição. Foi ainda cronista.

Identificado por muitos como “o escritor dos afectos” e um defensor da liberdade Alçada Baptista foi um dos fundadores da revista “O Tempo e o Modo”, que marcou gerações.

Alçada Baptista foi condecorado com a Ordem de Santiago, com a Grã Cruz da Ordem Militar de Cristo pelo Presidente Ramalho Eanes e com a Grã Cruz da Ordem do Infante pelo Presidente Mário Soares.

Inês Pedrosa, directora da Casa Fernando Pessoa, lembrou, em declarações à TSF, o “homem de causas”: “Foi um homem de causas, dos direitos do homem e da democracia. Mas temo que seja esquecido enquanto escritor para ser lembrado enquanto pessoa”. (Fonte: Público)

Do alto da duna



Ceará - Brasil

sábado, 6 de dezembro de 2008

Ainda a crise no ensino


Assistimos hoje nos noticiários da televisão e noutros órgãos da comunicação social, a um novo episódio do "diz tu direi eu" entre Mário Nogueira, dirigente da FENPROF e o agora "papagaio" (leia-se porta voz) do Ministério da Educação, o Secretário de Estado Jorge Pedreira.

Pedreira disse claramente que Mário Nogueira teria inventado uma Acta de uma reunião havida entre ambas as partes. Ou seja, publicamente, chamou-lhe mentiroso.

Pelo menos é assim que a opinião pública o entende e o que se pergunta é: Afinal quem fala verdade?

Acho que Mário Nogueira deveria, em face das declarações de Pedreira, publicar a Acta na íntegra e com as imagens das assinaturas.

Mário Nogueira não pode ficar quieto e calado.

Aguardemos

O Pintor e o Quadro (6) - Lázaro Lozano


O Pintor

Bonifácio Lázaro Lozano nasce na Nazaré em Fevereiro de 1906, no seio de uma família de empresários do ramo conserveiro. Contudo, logo no ano seguinte, os pais mudam-se para Setúbal. Nessa cidade vive toda a sua infância e juventude e terá sido aí, muito provavelmente, que adquiriu o gosto e a sensibilidade pelos temas marinhos.

Apesar de ter saído da Nazaré com tenra idade, Lázaro Lozano sentiu toda a sua vida uma irresistível atracção pela vila piscatória e pelas suas gentes. Grande parte das suas obras, que hoje integram importantes colecções privadas e públicas por todo o mundo, retractam a sua terra natal, ou melhor, as suas pessoas: o pescador, a peixeira, as viúvas que choram os seus náufragos.

As primeiras lições de arte surgem aos 14 anos, com o professor da Escola Técnica de Artes e Ofícios, José Nolasco.

O ano de 1926 é decisivo para a sua formação como artista. Instala-se em Lisboa e ingressa na Escola de Belas Artes, sob a direcção de Veloso Salgado. Logo no ano seguinte alcança o primeiro prémio da sua carreira artística, o “Prémio Miguel Lupi”.

Em 1929, Bonifácio Lázaro Lozano obtém o título de professor na Escola de Belas Artes de Lisboa. No mesmo ano, é galardoado com a medalha de bronze na XXVI Exposição da Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA), com uma pintura a óleo. Inicia a adopção do expressionismo como solução estilística para as suas representações.

O início da década de 30 encontra o pintor a instalar-se na capital espanhola, onde obtém o diploma da Escola de Belas Artes de Madrid.

Em 1932, Bonifácio Lázaro Lozano casa com Maria Alice, a sua modelo preferida. No ano seguinte, nasce a única filha do artista, Ana Maria.

Em 1934, verifica-se um momento importante na sua carreira. A Real Academia de Belas Artes de S. Francisco, em Madrid, atribui-lhe o Prémio Conde de Cartagena e, com ele, uma bolsa de financiamento para o aprofundamento dos seus estudos. Contrariando todas as correntes bolseiras da época, que destacavam as grandes cidades europeias, Lázaro Lozano escolhe como destino a sua terra natal, a Nazaré.

Quando regressa Madrid, os trabalhos resultantes da sua estada na Nazaré, no âmbito da bolsa de estudo, merecem atenção. Nos anos seguintes, realiza várias exposições em Madrid, Tânger e em Lisboa, onde conquista o segundo lugar no prémio da SNBA.

Durante a primeira metade da década de 40, realiza várias exposições e recebe prémios. Entretanto, recebe nova bolsa para ampliar estudos em Portugal.

De 1942 a 1945 realiza exposições individuais e colectivas em cidades como Lisboa, Madrid, Porto, Barcelona e Caldas da Rainha, ou países como Buenos Aires e Brasil.

Em 1945, participa nas duas primeiras Exposições Gerais de Artes Plásticas (GAP) da SNBA, em Lisboa. Neste mesmo ano, dá-se o falecimento de seu pai.

O ano de 1946 caracteriza-se por novas influências dos pintores renascentista italianos que recebe, através das viagens realizadas com Luciano dos Santos. Muda-se então para Campo de Ourique e inicia um contacto com as paisagens da sua infância. O seu trabalho adopta um carácter mais escultórico.

Entre 1947 e 1953, participa nas várias Exposições de Artes Plásticas da SNBA e realiza duas exposições no Porto, sendo uma delas em conjunto com a filha, Ana Lázaro. Recebe ainda uma medalha de ouro e o 2º Prémio Silva Porto nas exposições da SNBA.

O ano de 1953 traz mudanças estilísticas na sua obra. Inicia uma temática mariana como reflexo da vida e da faina do mar, perdendo o fatalismo incutido inicialmente nas obras dos anos 30, pelo que os seus trabalhos se tornam mais suaves e mais expressionistas. As suas figuras apresentam-se em tamanho mais reduzido. Neste ano, ultrapassa os seus locais frequentes de exposição para se apresentar na Galeria André Weil, em Paris.

Em 1955 muda-se, a pedido da família, para Madrid, continuando no entanto a expor nas cidades portuguesas, nomeadamente nos arredores da capital.

Expõe numa colectiva do SNI e participa noutra realizada na SNBA, em 1956. Neste ano realiza também exposições em São Lourenço (Maputo), Universidade de Leeds (Inglaterra) e no Salão de Cultura-Arte (Berlim), entre outras que realiza nas habituais cidades ibéricas.

Em 1958, ganha uma medalha de honra com a pintura a óleo “Nazaré”, exposta no Salão de Primavera da SNBA, em Lisboa. No ano seguinte expõe na SNBA uma retrospectiva do seu trabalho intitulada “25 anos de pintura em 25 retratos da minha mulher”.

Na década de 60, inicia as suas viagens de Verão pela Europa e Ásia, que só findam em 1979.

Em 1971, inicia composições de instrumentos musicais, tema que desenvolverá até cerca de 1980, com sucesso.

É distinguido, em 1975, com Medalha de Ouro pela sua participação na exposição colectiva na Galeria Leonardo DaVinci, em Roma.

Entre 83/84, Bonifácio Lázaro Lozano compra um apartamento em Oeiras com a finalidade de aí passar algumas temporadas. Nos últimos dez anos de vida, expõe em várias cidades ibéricas: Sevilha, Badajoz, Lisboa, Porto, Estoril, Sintra, Setúbal e Oeiras, recebendo da penúltima a Medalha de Honra da Cidade, e da última a Medalha de Mérito pela Câmara Municipal.

O pintor faleceu a 24 de Abril de 1999, em Madrid. (Fonte: Oeste Online)


O Quadro


O sonho (Lázaro Lozano)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Os políticos que temos em Portugal


Ainda a luta dos Professores e a Ministra da Educação


"Uma vez iniciada este ano uma avaliação séria dos professores, estarei totalmente aberta à discussão de alterações a este modelo e até à sua substituição, mas em anos seguintes, não neste.", disse Maria de Lurdes Rodrigues, hoje no Parlamento.

Esta senhora está completamente de cabeça perdida.

Já alterou 3 vezes o modelo de avaliação dos professores.
Já foi confrontada com duas manifestações (as maiores de sempre de uma só classe profissional em Portugal).
Já esteve perante a maior greve de sempre dos professores (94% de adesão).

Já todos nós percebemos que o modelo não presta.
Já todos nós percebemos que os professores não vão parar (e com razão).

Mesmo assim a Ministra da Educação mostra a sua teimosia perante o Parlamento.
Porque, admitir que este modelo pode vir a ser substituído por outro, é aceitar implicitamente que pode haver melhor.
Mas, no entender desta senhora, este tem que ser aplicado, mesmo que seja uma droga.
Irredutível teimosia e tolice rematada.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Camarate - História de um grande amor


Na noite de 4 de Dezembro de 1980, o primeiro-ministro de Portugal, Francisco Sá Carneiro, Snu Abecassis, o então Ministro da Defesa, Adelino Amaro da Costa e a mulher, Maria Manuel Amaro da Costa, António Patrício Gouveia e os pilotos, morreram num desastre de avião, durante a campanha para as eleições presidenciais desse ano.
O avião tinha acabado de levantar voo quando se despenhou em chamas numa rua do bairro de Camarate, às portas de Lisboa.
Vinte e oito anos depois da queda do Cessna e oito comissões parlamentares de inquérito, as dúvidas e as suspeitas sobre as causas do desastre continuam a não estar cabalmente esclarecidas.

HISTÓRIA DE UM GRANDE AMOR

Quem era a ‘princesa da Dinamarca’ que conquistou Sá Carneiro? Após a recusa da D. Quixote – editora que Snu fundou – em publicar a sua biografia, a Quetzal avançou. E deixa pistas sobre a mulher que desafiou o País.

Dinamarca, 1940. A 7 de Outubro, a segunda filha do jornalista Erik Seidenfaden e de Jytte Merete (mais tarde Bonnier), também ela jornalista, e editora, veio ao mundo e foi baptizada como Ebbe Merete Seidenfaden, em homenagem à avó materna.
Ainda pequena, mudou-se para a Suécia e na adolescência, adoptou o diminutivo de “Snu”.
Aos 16 anos partiu para Inglaterra, onde conheceu Vasco Abecassis. Tornaram-se inseparáveis. Ele seguiu para Harvard e ela rumou até Boston. Aos 18 anos, Snu casou na Suécia com o português.

Lisboa, 1962. Snu e Vasco Abecassis assentam arraiais em Lisboa. “Pela quarta vez, ela chega a um país estrangeiro para aí residir”. Ele é enviado para a guerra (Guiné), mas antes de partir, o casal decide abrir uma editora de livros e designa-a como “Dom Quixote”.

Sozinha em Lisboa, Snu dedica-se de alma e coração à sua editora, publicando livros nem sempre recomendáveis aos olhos atentos do Estado Novo. “Ela era obstinada e persistente. Por isso, ninguém da sua família estranhou quando soube que a Polícia visitava regularmente a editora para apreender livros ou para lhe fazer perguntas”.

Snu e Vasco Abecassis tiveram três filhos, Mikaela, Ricardo e Rebeca – esta última, tal como os avós maternos, é jornalista. O casal separou-se. “Há muito que ela queria sair de casa. O casamento já não existia verdadeiramente (...) ele continuava a não acreditar que as pessoas podiam ser melhores do que a sociedade, enquanto ela continuava a acreditar que o eram, e essa era uma crença vital à sua sobrevivência”.

6 de Janeiro de 1976. Snu e Francisco Sá Carneiro conhecem-se num almoço organizado por Natália Correia, no restaurante lisboeta “A Varanda do Chanceler”. Até então, tinham falado ao telefone algumas vezes mas nunca se haviam cruzado. Foi, na verdade, o primeiro dia do resto das vidas deles.

Aliás, quando Sá Carneiro perguntou, uma vez, à poetisa como era Snu, a resposta foi implacável: “É uma princesa nórdica num esquife de gelo à espera que venha um príncipe encantado dar-lhe o beijo de fogo. E esse príncipe é você. Porque ela é a mulher da sua vida”.

A partir desse almoço, Sá Carneiro e Snu não se largaram mais de vista. Ele passou a visitá-la com frequência na Dom Quixote. Ao final da tarde, bebiam chá e conversavam. Apaixonaram-se perdidamente.

Isabel, mulher de Francisco e mãe dos seus cinco filhos, não lhe quis dar o divórcio. Mais tarde, a “legítima” explicou os porquês desta recusa (em “A Solidão e Poder”, da jornalista Maria João Avillez): “Foi o homem de quem gostei, o pai dos meus filhos. Não foi fácil viver com ele, é um facto. Mas era muito mais difícil viver sem ele”.

No entanto, a verdade é que quando Sá Carneiro se perdeu de amores por Snu, vivia sozinho na Capital, enquanto Isabel residia no Porto com os filhos. “Ele tinha saído de casa há muito tempo, morava sozinho em Lisboa havia anos”.

Alheios às críticas, Snu e Francisco começam a viver juntos. “Ele tornara-se na sua grande aposta. Tornara-se naquilo que ela estava em vias de criar. Ela sabia que ele tinha as qualidades necessárias ao político que colocaria Portugal num lugar seguro entre os Estados modernos da Europa”. Aos olhos da sociedade, e em especial da classe política, esta relação ‘clandestina’ era incómoda.

“Foi ele que se mudou para casa dela e dos filhos (...) Francisco queria que ela o acompanhasse para todo o lado (...)”.

Em 1977 Sá Carneiro afirmou: “Se a situação for considerada incompatível com as minhas funções, escolherei a mulher que amo”. Dois anos depois, o fundador do Partido Social Democrata tornou-se primeiro-ministro de Portugal. “Tê-lo-ia conseguido sozinho ou deveu-o a ela ?”.

Reza a história que em 1980, na recepção oficial ao presidente norte-americano Jimmy Carter, e perante a eventual presença de Snu, Manuela Eanes, então primeira-dama do País, terá dito: “Se ela for, eu não vou”.

‘Ela’ era Snu Abecassis, uma mulher que desafiou as leis do Estado Novo, que se separou do marido (do qual permaneceu amiga) e que ‘ousou’ viver em união de facto com o amor da sua vida.

E assim, contra tudo e contra todos, a mulher que veio do frio e o primeiro-ministro de Portugal protagonizaram um romance intenso durante quase cinco anos. O que começou num almoço a 6 de Janeiro de 1976 terminou, tragicamente, a 4 de Dezembro de 1980, quando o casal perdeu a vida em Camarate. Na noite anterior, Snu ligara à mãe a dizer-lhe: “Vamos num avião de carreira – não é perigoso”.

Se Francisco Sá Carneiro e Ebbe Merete Seidenfaden se tivessem conhecido antes e casado pela igreja ouviriam as palavras “Não separe o homem o que Deus uniu (...) juntos, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, até que a morte os separe”. Não puderam casar, mas no final nada conseguiu separá-los. Nem mesmo a morte.

MEMÓRIAS DA MÃE

“Porque escreve uma mãe sobre a sua filha morta? O que mais pode uma mãe fazer do que escrever sobre a filha que morreu? (...) As minhas linhas sobre a Snu são a minha maneira de a deixar viver mais tempo, e tentar sobreviver ao facto de ela ter morrido tão prematuramente”.
(Jytte Bonnier, Suécia, 1986)

Fontes: Sofia Rato (Correio da Manhã, 07/02/2003), Da Pororoca ao Tejo , Fotos da Internet, Retrato de Snu por Lima de Freitas

Greve Nacional dos Professores


O secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, garantiu hoje que "a maioria das escolas está aberta", apesar de reconhecer que a paralisação conta com "elevados níveis" de participação. “Apesar dos elevados níveis de adesão, a maioria das escolas está aberta. Algumas com aulas, outras eventualmente sem aulas”, afirmou o responsável, em declarações à TSF. (Fonte: Jornal Público)

Jorge Pedreira mente mais uma vez. As escolas estão abertas porque o governo ordenou que não fechassem a não ser por razões de segurança. Podem estar de portas abertas, mas não têm lá os professores.
É lamentável que este governo funcione à moda salazarenta, iludindo o Zé Povo com a propaganda da mentira.

Christiaan Barnard - Primeiro transplante cardíaco humano foi há 41 anos


Christiaan Barnard Neethling nasceu dia 8 de Novembro de 1922 na cidade de Beaufort West, África do Sul. O pai tinha baixos rendimentos, mas, dada a sua posição social como membro da igreja, pode proporcionar uma boa educação aos seus quatro filhos.

Christiaan frequentou escolas privadas na sua cidade natal e a Faculdade de Medicina na Universidade da Cidade do Cabo, onde se licenciou em 1953. Começou sua carreira como um cirurgião geral no Hospital Groote Schuur na Cidade do Cabo, onde o seu irmão mais velho Marius foi chefe de equipe de transplante.

Em 1955 ganha uma bolsa de estudos para a American University of Minnesota, onde, em 1958, terminou a especialidade em cardiologia.

Em 1962, foi nomeado Chefe do Serviço de Cirurgia Torácica do Hospital Groote Schuur, onde já tinha trabalhado antes.

Transplantes de órgãos já não eram uma novidade na época. O primeiro transplante renal foi feita pelo Dr. Varony em 1936. Em 1953, Hardy realizou o primeiro transplante pulmonar numa paciente com cancro, e em 1954 Murray transplantou com sucesso dois rins e fez, em 1967, um transplante triplo de rim, pâncreas e duodeno. Em 1964, disse Hardy transplantou o coração de um chimpanzé para um homem que morreu após uma hora.

Mas a 3 de Dezembro de 1967, um comunicado de imprensa chocou o mundo: um médico do sul africano havia realizado o primeiro transplante cardíaco de um ser humano. O destinatário era Louis Washkansky, um empresário, um homem optimista e corpulento de cinquenta e seis anos passou por um problema cardíaco irreversível ligado a diabetes. O doador, Denise Darvall, um jovem de vinte e cinco anos, tinha sido atropelado por um carro.

A operação, realizada por uma equipa de vinte cirurgiões sob a direcção de Barnard, durou seis horas. Ao despertar, Washkansky afirmou que se sentia muito melhor com o novo coração.

Médico e paciente foram catapultados para a fama, apesar de dezoito dias mais tarde, ao princípio da manhã de 21 de Dezembro, o doente ter morrido de pneumonia.

Apesar disso, após este marco na história da medicina, começaram a chover honrarias e distinções de todos os matizes para Barnard, tornando-o a personalidade mais popular do momento. Foi lançado para os mídia, foi fotografado com as mais famosas atrizes da época. Inúmeras especulações sobre flirts apareceram na imprensa cor de rosa, sem que ele parecesse muito preocupado com sua imagem a nível mediático mundial: a de um play-boy.

Em 2 de Janeiro de 1968 realizou o segundo transplante. Desta vez, o destinatário foi o Dr. Philip Blaiberg, e a doadora uma mulata, Clive Haupt.

O coração de um negro viveu durante 563 dias no corpo de um branco. Nessa época, em pleno regime do apartheid na África do Sul, estalou a polémica. Mas os pacientes foram ganhando expectativa de vida, graças aos medicamentos imunossupressores.

Em 1970 divorciou-se sua primeira esposa, Louwtjie, de quem teve dois filhos: André, que se suicidou em 1984, devido à separação dos pais (conforme diagnóstico da própria psiquiatra e apreciação dos progenitores), e Deirdre. Nesse mesmo ano casou com uma rica herdeira Barbara ZOELLNER, dezanove anos, filha do multimilionário alemão Frederico ZOELLNER, residente em Joanesburgo e conhecido como o "rei do aço".

Mas os seus feitos na sala de operações iriam terminar, mais cedo ou mais tarde, sempre em fracasso.

Em 1975, quando sua fama começou a diminuir, visitou Espanha para apresentar um livro, e sua nova esposa (que lhe tinha dado dois filhos, Frederico e Christian), com o objectivo de não perder a popularidade na bacia do Mediterrâneo, onde era mais lisonjeado.

Continuou a realizar transplantes cardíacos. Em 1979, porém, recusou-se a participar de uma operação de transplante de cabeça humana por achar a idéia impraticável e "provavelmente imoral." Esta afirmação salvou-lhe a honra.

Em 1981, ano em que ele promoveu seu livro A Máquina do Corpo, já sofria de artrite que se agravou a ponto de o impedir de exercer a sua profissão, sem graves riscos para os pacientes. Ainda na década de oitenta, sua esposa Barbara terminou seu casamento, e depois casou com um empresário português. Barnard tentou reconstruir a sua vida com a modelo Evelyn Entleder, de vinte e quatro anos, o que não resultou. Por fim, encontrou o equilíbrio emocional com uma outra modelo
quarenta e um anos mais nova que ele, Setzkorn Karen, com quem casou em 1983 e de quem teria dois filhos, Armin e Lara, que nasceu quando Barnard contava setenta e quatro anos de idade.

Em 1983, depois de trabalhar num hospital nos Estados Unidos, abandonou definitivamente a prática da cirurgia, mas apesar das dores, do descrédito entre os seus colegas e da perda de popularidade, ainda tentou abrir novos caminhos.

Até então tinha feito cerca de 140 transplantes, incluindo implante de um coração de um babuíno num doente vinte e cinco, que faleceu em poucas horas.

Desde 1987, dedicou-se à investigação médica e chefiou quatro equipas do Instituto Max Planck e da Universidade de Heidelberg, ambas na Alemanha, uma na Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, e, finalmente, outra na Suíça. Estas equipas faziam estudos que visavam descobrir as causas do envelhecimento do organismo e dos factores biológicos presentes no feto.

Em 1993 publicou sua autobiografia, Second Life, onde além de falar da sua carreira, esclarece de forma pormenorizada as suas ligações com mulheres famosas. Nas suas viagens e nas suas palestras sempre insistiu na necessidade de uma sociedade que reconhecesse o valor da doação de órgãos.

A 2 de Setembro de 2001, no Chipre, faleceu aos setenta e oito anos, vítima de um ataque de asma, não de um ataque cardíaco como a imprensa publicou algumas horas depois da sua morte.