quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Welwitschia Mirabilis



Ao serão falámos de Angola. Dos nossos tempos de juventude, das belezas passadas daquela terra que nos acompanhará para sempre nas nossas vidas.
A minha viagem de finalistas do Liceu Nacional de Nova Lisboa foi a terras do Sul, à Huíla. Das recordações que me ficaram gravadas realço o deserto do Namibe. E, como não podia deixar de ser, a Welwitschia Mirabilis.
Vi-a pela primeira e única vez ali, no meio do cascalho, da aridez da terra, como que pincelando de verde o castanho da planície.
Diz-se que está em vias de extinção e, por incrível que pareça, só os campos minados de Angola a protegem. Ironia do destino.

A Welwitschia Mirabilis é uma planta desértica, descoberta a 3 de Setembro de 1859 pelo botânico explorador austríaco Frederich A. Welwitsch.
Frederic Welwitsch (1809-1878) foi para Lisboa em 1839. Posteriormente conseguiu autorização para entrar em Angola, para onde embarcou a 8 de Agosto de 1853.

Fez demoradas explorações botânicas e descobriu a Welwitschia Mirabilis no deserto de Moçâmedes (actualmente com o nome de Deserto do Namibe).

A planta que recebeu o binome de Welwitschia Mirabilis era tão diferente, morfologicamente, de todas as espécies botânicas conhecidas, que dada a grandeza dessas diferenças, não “cabia” em nenhum dos géneros já descritos. Houve, por isso, a necessidade de criar um novo, no qual ainda hoje se conserva, como uma única espécie, a Welwitschiaceae.

É também conhecida por "Tumbo", pelos autóctones, nativos da região do deserto de Moçâmedes.

Planta da família das gimnospérmicas adaptada à vida nas regiões desérticas da Africa tropical, é acaule de grandes dimensões, com a forma de um gigantesco cogumelo dilatado e côncavo de 50 a 75 cm de altura que parece partida pelo golpe de um machado em tiras.

As suas grandes folhas, duras e muito largas, deitadas no chão, arrastam-se pelo deserto podendo atingir dois ou mais metros de comprimento.

As suas flores são unisexuadas.

Os estames masculinos atingem aproximadamente 6 cm (antenas com 3 divisões) e localizam o óvulo estéril envolto pelo perianto.


4 comentários:

  1. Postagem muito interessante, Jorge.
    Não imaginava...

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  2. Eu estive em Angola em 1987 e tive a oportunidade de ver esta planta fantástica, nas várias viagens que fiz entre Namibe e Tombwa.

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  3. alguém conhece algum caso de assasiato por uma planta deste tipo? o que eu quero dizer é o seguinte, esta planta é capas de se atirar a um ser vivo em forma de ataque e come-lo?

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  4. Há muitos anos adolescente ainda, voltava com os meus pais para Moçambique e o navio atracou em Moçâmedes por 2 horas. Fui a correr apanhar um táxi que me levou até à beira do deserto, olhei para aquelas filas e filas a perder de vista de Welwitchias durante 5 minutos e voltei pouco depois para o navio. Nunca mais lá voltei, mas lembro-me muitas vezes daquela visão. Dei o nome Welwitchia Táchi à minha 1ª canita da idade adulta. O nome Welwitchia foi sugerido por um veterinário angolano, mas como as pessoas pessoas passavam a vida a perguntar, "Vel o quê?", ficou Táchi.
    Obrigada pela lembrança. Helena Pedroso.

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