O Pintor
Em 1948 muda-se com a família para Moçambique, onde começa a pintar.
Assina as suas primeiras telas, em 1961, predominantemente retratos, em Moçambique. Forma, com mais quatro pintores, o grupo que se intitula “Os Independentes”, que expõe colectivamente, predominantemente retratos, em 1961, 1962 e 1963.
Obtém então uma bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian. Viaja para Portugal onde trabalha com o mestre Roberto de Araújo, em Lisboa.
Vive em Paris de 1964 a 67 com a bolsa da Fundação Gulbenkian. Estuda na “Académie de la Grande Chaumière” com os mestres Jean Aujame e Michel Rodde. Mantém contactos com os artistas Arpad Szènes, Vieira da Silva, Sotto, Piaubert, Pillet, António Dacosta e Cargaleiro e com os críticos Galy-Carles, Guy Weelen, Jean Louis Ferrier, Ringstrom e José-Augusto França.
Desloca-se a Moçambique para pintar três grandes painéis destinados a um banco.
Em 1967 instala-se definitivamente em Lisboa. Canaliza então todas as suas atenções para a síntese da paisagem urbana. Pinta os primeiros óleos sobre Lisboa.
Inaugura a primeira exposição individual em 1969, na Galeria do Diário de Notícias, em Lisboa, então considerada local de grande prestígio, onde expõe vários óleos sobre Lisboa.
Instala a sua casa-atelier na Rua das Praças, em Lisboa, onde viveria até à data da sua morte.
A sua grande exposição individual data de 1973, na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, inaugurada por Azeredo Perdigão.
Em 1975 viaja e trabalha no Brasil. O Museu da Manchete adquire cinco obras para a sua colecção.
Trabalha em Londres e na Suíça.
Em 1978 dá início à famosa série de 39 Janelas.
Recebe, em 1979, o Prémio de pintura da Academia Nacional de Belas Artes de Lisboa. Realiza uma exposição na Fundação Gulbenkian em Paris. O M.N.E. adquire um quadro que o Presidente da República oferece à Bulgária.
Participa nas Colectiva de Arte Contemporânea Tempo 80, Galeria do Casino Estoril e no Salão de reabertura da Galeria do Diário de Notícias, Lisboa.
Edição de tapeçarias. Encomenda de dois retratos para a Galeria dos Reitores da Universidade de Coimbra.
Em 1984 pinta “Romã”, o primeiro de quatro frutos (com “Anona”, de 1986, “Kiwis” de 1988 e “Ananás” de 1993), que se imporão autonomamente no conjunto da sua obra e que Maluda manteria sempre na sua própria colecção de arte.
Faz exposições individuais em Nova Iorque, Washington e Dallas. Participa na Bienal Ibérica em Campo Maior e no Museu de Arte Contemporânea em Cáceres.
Em 1985 recebe uma encomenda de quatro selos para os CTT (Quiosques de Lisboa).
Em 1986 pinta “Portel”, provavelmente a sua obra mais importante, que José-Augusto França elegeria como um dos seus “100 Quadros Portugueses do Século XX” considerando que “este quadro atinge um carácter icónico, matriz última de uma pintura urbana” e que se “impõe como realidade plástica autónoma”.
Em 1987 um selo da sua autoria (”Quiosque Tivoli”) ganha, na World Government Stamp Printers Conference, em Washington, o prémio mundial para o melhor selo. Nova emissão de selos para os CTT (”Faróis da Costa Portuguesa”).
Em 1988 pinta um novo selo, “Évora Património Mundial”, que, no ano seguinte, recebe em Périgaud (França) o prémio mundial para o melhor selo.
Desenha, em 1989, o logótipo do “Estoril Open” de ténis e, três anos mais tarde, o do “Portugal Open” de golfe.
Recebe, em 94, o prestigiado prémio de artes plásticas Bordalo Pinheiro, atribuído pela Casa da Imprensa.
No âmbito da “Lisboa Capital da Cultura”, realiza uma grande exposição individual no Centro Cultural de Belém em Lisboa, inaugurada pelo Primeiro-Ministro, Cavaco Silva.
Em 1998 foi agraciada pelo Presidente da República Jorge Sampaio com a Ordem do Infante D. Henrique e inaugura a sua derradeira exposição “Os selos de Maluda”, patrocinada pela Administração dos CTT.
Maluda morre em 1999 em Lisboa aos 64 anos.
Os seus maiores amigos foram: Amália Rodrigues, Natália Correia e Marco Paulo. Apesar de solitária, vivendo só por opção de vida conscientemente assumida, Maluda ajudou a avivar o mito do artista boémio, uma velha tradição da Lisboa burguesa, dos tempos de Almada Negreiros e Fernando Pessoa.
A noite atraía Maluda. O Botequim, que frequentava com Natália Correia (escritora e poetisa), o seu poiso nocturno, onde as tertúlias duravam, muitas vezes, até às tantas da madrugada.
Maluda dizia: - Não acredito na pintura de ocasião, de inspiração". "A pintura é trabalho, a arte dá trabalho", acrescentava. Por isso pintava todos os dias religiosamente, como um emprego. De preferência, à tarde, quando as cores eram mais puras, mais filtradas.
Como confessou numa entrevista, "a atmosfera fica mais calma, as cores mais filtradas, tudo é mais ameno e bonito". A geometria das formas é uma das características fundamentais da pintura de Maluda. O mundo de Mluda não era o preto e branco e isso é bem visível na sua obra onde a cor, os tons claros e os contrastes assumem primordial importância.
As suas janelas, com pequenas varandas e com a paleta de cores bem viva e expressa nos azulejos típicos de Lisboa é disso flagrante exemplo.
Fonte Louviers
A fotografia de Maluda é de Augusto Cabrita, 1973
Reproduzem-se "Telhados de Lisboa", "Janela com persianas", "Romã" e "Portel"
Assina as suas primeiras telas, em 1961, predominantemente retratos, em Moçambique. Forma, com mais quatro pintores, o grupo que se intitula “Os Independentes”, que expõe colectivamente, predominantemente retratos, em 1961, 1962 e 1963.
Obtém então uma bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian. Viaja para Portugal onde trabalha com o mestre Roberto de Araújo, em Lisboa.
Vive em Paris de 1964 a 67 com a bolsa da Fundação Gulbenkian. Estuda na “Académie de la Grande Chaumière” com os mestres Jean Aujame e Michel Rodde. Mantém contactos com os artistas Arpad Szènes, Vieira da Silva, Sotto, Piaubert, Pillet, António Dacosta e Cargaleiro e com os críticos Galy-Carles, Guy Weelen, Jean Louis Ferrier, Ringstrom e José-Augusto França.
Desloca-se a Moçambique para pintar três grandes painéis destinados a um banco.
Em 1967 instala-se definitivamente em Lisboa. Canaliza então todas as suas atenções para a síntese da paisagem urbana. Pinta os primeiros óleos sobre Lisboa.
Inaugura a primeira exposição individual em 1969, na Galeria do Diário de Notícias, em Lisboa, então considerada local de grande prestígio, onde expõe vários óleos sobre Lisboa.
Instala a sua casa-atelier na Rua das Praças, em Lisboa, onde viveria até à data da sua morte.
A sua grande exposição individual data de 1973, na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, inaugurada por Azeredo Perdigão.
Em 1975 viaja e trabalha no Brasil. O Museu da Manchete adquire cinco obras para a sua colecção.
Trabalha em Londres e na Suíça.
Em 1978 dá início à famosa série de 39 Janelas.
Recebe, em 1979, o Prémio de pintura da Academia Nacional de Belas Artes de Lisboa. Realiza uma exposição na Fundação Gulbenkian em Paris. O M.N.E. adquire um quadro que o Presidente da República oferece à Bulgária.
Participa nas Colectiva de Arte Contemporânea Tempo 80, Galeria do Casino Estoril e no Salão de reabertura da Galeria do Diário de Notícias, Lisboa.
Edição de tapeçarias. Encomenda de dois retratos para a Galeria dos Reitores da Universidade de Coimbra.
Em 1984 pinta “Romã”, o primeiro de quatro frutos (com “Anona”, de 1986, “Kiwis” de 1988 e “Ananás” de 1993), que se imporão autonomamente no conjunto da sua obra e que Maluda manteria sempre na sua própria colecção de arte.
Faz exposições individuais em Nova Iorque, Washington e Dallas. Participa na Bienal Ibérica em Campo Maior e no Museu de Arte Contemporânea em Cáceres.
Em 1985 recebe uma encomenda de quatro selos para os CTT (Quiosques de Lisboa).
Em 1986 pinta “Portel”, provavelmente a sua obra mais importante, que José-Augusto França elegeria como um dos seus “100 Quadros Portugueses do Século XX” considerando que “este quadro atinge um carácter icónico, matriz última de uma pintura urbana” e que se “impõe como realidade plástica autónoma”.
Em 1987 um selo da sua autoria (”Quiosque Tivoli”) ganha, na World Government Stamp Printers Conference, em Washington, o prémio mundial para o melhor selo. Nova emissão de selos para os CTT (”Faróis da Costa Portuguesa”).
Em 1988 pinta um novo selo, “Évora Património Mundial”, que, no ano seguinte, recebe em Périgaud (França) o prémio mundial para o melhor selo.
Desenha, em 1989, o logótipo do “Estoril Open” de ténis e, três anos mais tarde, o do “Portugal Open” de golfe.
Recebe, em 94, o prestigiado prémio de artes plásticas Bordalo Pinheiro, atribuído pela Casa da Imprensa.
No âmbito da “Lisboa Capital da Cultura”, realiza uma grande exposição individual no Centro Cultural de Belém em Lisboa, inaugurada pelo Primeiro-Ministro, Cavaco Silva.
Em 1998 foi agraciada pelo Presidente da República Jorge Sampaio com a Ordem do Infante D. Henrique e inaugura a sua derradeira exposição “Os selos de Maluda”, patrocinada pela Administração dos CTT.
Maluda morre em 1999 em Lisboa aos 64 anos.
Os seus maiores amigos foram: Amália Rodrigues, Natália Correia e Marco Paulo. Apesar de solitária, vivendo só por opção de vida conscientemente assumida, Maluda ajudou a avivar o mito do artista boémio, uma velha tradição da Lisboa burguesa, dos tempos de Almada Negreiros e Fernando Pessoa.
A noite atraía Maluda. O Botequim, que frequentava com Natália Correia (escritora e poetisa), o seu poiso nocturno, onde as tertúlias duravam, muitas vezes, até às tantas da madrugada.
Maluda dizia: - Não acredito na pintura de ocasião, de inspiração". "A pintura é trabalho, a arte dá trabalho", acrescentava. Por isso pintava todos os dias religiosamente, como um emprego. De preferência, à tarde, quando as cores eram mais puras, mais filtradas.
Como confessou numa entrevista, "a atmosfera fica mais calma, as cores mais filtradas, tudo é mais ameno e bonito". A geometria das formas é uma das características fundamentais da pintura de Maluda. O mundo de Mluda não era o preto e branco e isso é bem visível na sua obra onde a cor, os tons claros e os contrastes assumem primordial importância.
As suas janelas, com pequenas varandas e com a paleta de cores bem viva e expressa nos azulejos típicos de Lisboa é disso flagrante exemplo.
Fonte Louviers
A fotografia de Maluda é de Augusto Cabrita, 1973
Reproduzem-se "Telhados de Lisboa", "Janela com persianas", "Romã" e "Portel"
O Quadro
Quiosques de Lisboa (Maluda)
Selos impressos a offset pela Imprensa Nacional Casa da Moeda a partir de originais em gouache, 1985
Quiosque da Calçada R. dos Santos (verde)
Quiosque do Tivoli (vermelho)
Quiosque do Porto de Lisboa (cinzento)
Quiosque Rua da Artilharia I (azul)
O selo Quiosque do Tivoli (vermelho) venceu o prémio”Melhor Selo em Offset” atribuído pelo Government Postage Stamp Printers’ Conference, que decorreu de 14 a 16 de Setembro de 1987, em Washington (Estados Unidos).
Foram feitas serigrafias de cada um dos quiosques e um baralho de cartas, numa edição dos CTT.
Quiosque da Calçada R. dos Santos (verde)
Quiosque do Tivoli (vermelho)
Quiosque do Porto de Lisboa (cinzento)
Quiosque Rua da Artilharia I (azul)
O selo Quiosque do Tivoli (vermelho) venceu o prémio”Melhor Selo em Offset” atribuído pelo Government Postage Stamp Printers’ Conference, que decorreu de 14 a 16 de Setembro de 1987, em Washington (Estados Unidos).
Foram feitas serigrafias de cada um dos quiosques e um baralho de cartas, numa edição dos CTT.
O Fado
Jorge, vc está se tornando meu divulgador cultural particular, sempre me brindando com um artista novo para mim. Lindos quadros, obrigada.
ResponderEliminarAbraço
Vanessa
ResponderEliminarObrigado pela visita e pelas suas palavras, que muito me animam a continuar.
Há tantos pintores portugueses que merecem ser divulgados...
Devo confessar que Maluda, de quem tenho alguns trabalhos, é a minha preferida.
Que bela obra, Jorge.
ResponderEliminarNão conhecia a artista.
Parabéns pela aula de cultura que sempre encontro por aqui.
Abraços
Jorge, um estilo bem diferente.
ResponderEliminarVoce está sabendo dessa blogagem? Fiz um convite no meu blog, mas vc poderá confirmar se deseja participar no link abaixo.
Blogagem Coletiva Direitos Humanos 2008 II (Aval das Nações Unidas)
Maiores informacoes aqui:
http://fenixadeternum.blogspot.com/2008/11/direitos-humanos.html
Um abraco e boa noite
Boa divulgação desconhecia a grande parte dos elementos curriculares. Tenho precisamente as 4 serigrafias dos quiosques. Trabalhei muitos anos na sede dos CTT.
ResponderEliminarJorge
ResponderEliminarPor acaso também tenho os 4 quiosques, mais três janelas e o Alcácer do Sal (pelo qual tenho um carinho especial, já que a minha família, do lado de minha Mãe, é de lá). Tudo em serigrafias, claro, porque não sou rico (rs).
Georgia
Claro que vou colaborar. Conte comigo.
Grande postagem. Esta mesmo passando a perna nos melhores blogs de ARTE! No Varal nem se diga!
ResponderEliminarForte abraço,
Conheci MALUDA em casa de AMÁLIA onde existem alguns quadros seus e, tambem um a tinta da china na sua casa do Brejão. " o rochedo do lado direito da baia " As " Rommãs " que bom voltar a vêlas... Estiveram na sala jantar Amalia...
ResponderEliminarParabens MALUDA fiquei mais rico por conhecer melhor a sua Obra... Adriano
Grande post, este!
ResponderEliminarSou um admirador da obra de Maluda. Infelizmente, não tenho nada dela :(
Mas na minha colecção de selos, lá está a série dos quiosques.
Belas fotografias!
ResponderEliminarGosto muito da pintura de Maluda, e tive a honra de ter alguns quadros pintados por ela nas minhas mãos.
As "janelas de Maluda" são uma delícia para quem as vê "ao vivo".
Abraço
A Luz A Sombra