Soneto dos vencidos
Quando subi a serra, alguns troçaram,
Enquanto a multidão, em volta, ria...
E troças e risadas arranharam
Tudo o que em mim sentia e se doía.
Todos os mais, depois, me detestaram,
Por eu não ser igual à maioria.
E, fortes, contra um, cem abusaram,
Enquanto a multidão, em volta, ria..
Fartar, vilões, que estou cansado!
Eis-me – Ecce-Homo! – Nu, prostrado e atado.
Podeis lançar-me à cara os vossos lodos!
Mas eu, quanto mais sofro mais me prezo:
Só o meu orgulho iguala o meu desprezo...
E vingo-me em ter pena de vós todos.
(José Régio, in Ver. Bysancio, I, 1923)
José Régio, pseudónimo de José Maria dos Reis Pereira, é um escritor português, natural de Vila do Conde, e o seu nascimento data de 1901. Em Vila do Conde, terra onde viveu até acabar o quinto ano do liceu, publicou os seus primeiros poemas nos jornais, O Democrático e República. Aos dezoito anos, José Régio, foi para Coimbra, onde se licenciou em Filologia Românica (1925), com a tese As Correntes e As Individualidades na Moderna Poesia Portuguesa. Esta tese na época não teve muito sucesso, uma vez que valorizava poetas quase desconhecidos na altura, como Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro; mas, em 1941, foi publicada com o título Pequena História da Moderna Poesia Portuguesa.
Em 1927, com Branquinho da Fonseca e João Gaspar Simões, fundou a revista Presença, que veio a ser publicada, irregularmente, durante treze anos. Esta revista veio a marcar o segundo modernismo português, que teve como principal impulsionador e ideólogo, José Régio. Este, também escreveu em jornais como Seara Nova, Ler, O Comércio do Porto e o Diário de Notícias. Foi neste mesmo ano que José Régio começou a lecionar num liceu no Porto, até 1928, pois a partir desse ano, passou a lecionar em Portalegre, onde esteve mais do que trinta anos. Em 1966, Régio voltou para Vila do Conde, onde veio a morrer em 1969.
José Régio teve durante a sua vida uma participação activa na vida pública, mantendo-se fiel aos seus ideais socialistas, apesar do regime autoritário de então, e também, seguindo os gostos do irmão, Júlio Saul Dias, expressou o seu amor pelas artes plásticas, ilustrando um dos seus livros.
Como escritor, José Régio, dedicou-se ao ensaio, à poesia, ao texto dramático e à prosa. Reflectindo durante toda a sua obra problemas relactivos ao conflito entre Deus e o Homem, o indivíduo e a sociedade. Usando sempre um tom psicologista e misticista, analisando a problemática da solidão e das relações humanas, ao mesmo tempo que levava a cabo uma auto-análise.
José Régio é considerado um dos grandes vultos da moderna literatura portuguesa, e recebeu em 1966, o Prémio Diário de Notícias e, em 1970, o Prémio Nacional da Poesia. Hoje em dia, as suas casas em Vila do Conde e em Portalegre são casas-museu. (Fonte: Wikipédia)
Em 1927, com Branquinho da Fonseca e João Gaspar Simões, fundou a revista Presença, que veio a ser publicada, irregularmente, durante treze anos. Esta revista veio a marcar o segundo modernismo português, que teve como principal impulsionador e ideólogo, José Régio. Este, também escreveu em jornais como Seara Nova, Ler, O Comércio do Porto e o Diário de Notícias. Foi neste mesmo ano que José Régio começou a lecionar num liceu no Porto, até 1928, pois a partir desse ano, passou a lecionar em Portalegre, onde esteve mais do que trinta anos. Em 1966, Régio voltou para Vila do Conde, onde veio a morrer em 1969.
José Régio teve durante a sua vida uma participação activa na vida pública, mantendo-se fiel aos seus ideais socialistas, apesar do regime autoritário de então, e também, seguindo os gostos do irmão, Júlio Saul Dias, expressou o seu amor pelas artes plásticas, ilustrando um dos seus livros.
Como escritor, José Régio, dedicou-se ao ensaio, à poesia, ao texto dramático e à prosa. Reflectindo durante toda a sua obra problemas relactivos ao conflito entre Deus e o Homem, o indivíduo e a sociedade. Usando sempre um tom psicologista e misticista, analisando a problemática da solidão e das relações humanas, ao mesmo tempo que levava a cabo uma auto-análise.
José Régio é considerado um dos grandes vultos da moderna literatura portuguesa, e recebeu em 1966, o Prémio Diário de Notícias e, em 1970, o Prémio Nacional da Poesia. Hoje em dia, as suas casas em Vila do Conde e em Portalegre são casas-museu. (Fonte: Wikipédia)
Jorge linda a poesia e que bom seria se na vida tivesse mais pessoas como José Régio.
ResponderEliminarUm grande abraco
Olá Jorge, bela poesia! E boa lembrança de José Régio. Parabéns pela Blogagem Coletiva, enfim não estamos tão só como pensávamos!
ResponderEliminarAraços
Que bom que um tema tão importante tem presença garantida por aqui! Lindo o poema.
ResponderEliminarBonita poesia! Pena que a vida não é tão rimada!
ResponderEliminarJorge,
acho que não se deu conta de que sua postagem da semana passada foi postada no BLOG VICIADO como a MELHOR da Semana!
Parabéns! Ela representa o CONJUNTO das que posta aqui!
Forte abraço
Bela poesia para o dia de hoje, amigo.
ResponderEliminarabraço
Belissimo poema! Parabens pelo post simples e contundente!
ResponderEliminarLinda a poesia, o autor conseguiu extrair beleza de um tema tão pungente como este.
ResponderEliminarParabéns pelo post.
Abraços
Amigos e Amigas
ResponderEliminarSe há uma coisa em que acredito é na pressão da opinião pública. Os governos, embora não pareça, já lhe vão atribuindo alguma importância. Os Movimentos de Cidadãos neste formato, a nível global, são relativamente recentes, mas já vão produzindo o seu efeito, editamos aqui muita bobagem porque isto é também um divertimento, mas somos da mesma forma capazes de fazer desta ferramenta uma arma apontada à indiferença. Cada blog tem os seus níveis de leitura e quantos mais conseguirmos trazer mais exponencial será o resultado final. O Sam que vive aqui em Portugal, conseguiu por o Brasil a liderar esta blogagem colectiva, seria interessante chegar mais longe e que a próxima atingisse todo o universo da Lusofonia, os CPLP, a Francofonia etc., etc. Resumindo, é preciso acreditar, amigos!
Um fraterno abraço a Todos e a Todas.
Nota: Este comentário foi enviado a todos os participantes, pela impossibilidade de fazer um específico a cada um de vocês
Obrigado a todos o que colaboraram, visitaram este blogue e comentaram.
ResponderEliminarGraza estou completamente de acordo e por isso apoio a iniciativa que propõe.
Isso vem ao encontro do título da notícia que hoje publiquei: Para mudar é preciso participar.
Abraços a todos e obrigado
Acredito que a Declaração dos direitos humanos seja o ideal a que iremos chegar, com a boa vontade de todos e para isto, quem é mais consciente, deve por obrigação, tentar propagar as idéias e aplicação deste ideal fraterno. Beijus
ResponderEliminarOi Jorge!
ResponderEliminarGostei bastante da poesia. Você, sempre muito criativo nas coletivas.
Abraço!
Olá Jorge,
ResponderEliminarPrticipamos de diferentes comunidades porém nunca interagimos.
Adorei a poesia e o post sobre os Direitos Humanos. Também participei da blogagem e hoje é que estou lendo com mais calma os posts dos participantes.
Quero também lhe convidar para participar da blogagem Consumo Consciente promovido pela Sam Shiraishi que acontecerá do dia 15 ao 20 de dezembro.
Venha pegar seu selo (http://www.samshiraishi.com/consumo-consciente/) e junte-se a nós. Vamos fazer do nosso Natal, um Natal Sustentável.
Aguardo por você.
Abraços e ótimo final de semana!
Olá.Chamo-me Sérgio daúde e gostaria de convidá-lo a visitar o meu blog www.desigualdadedireitos.blogspot.com e se quiser poderá comentar e enviar artigos bem como receber a minha news letter.
ResponderEliminarUm abraço
Sérgio