sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Complexo Mineiro do Lousal


Há tempos alguém me falou no local. Nunca lá tinha ido, embora visse sempre a placa sinalizadora, quando viajava entre Lisboa e Algarve.

Um domingo à hora de almoço, resolvi sair do alcatrão cinzento e monótono da A2 e entrar pelos campos alentejanos, rumo ao Lousal.

Não demorei nada a chegar à conclusão de que o desvio valera a pena.

O aglomerado de casas muito brancas do complexo mineiro tem aquele toque característico dos aglomerados populacionais do Alentejo.

Meia dúzia de lojas de artesanato.

Entrei no Restaurante Armazém Central.

É um antigo armazém do complexo mineiro, hoje bem arranjadinho, limpo, com pessoal muito simpático e onde se come muito bem. Comida típica alentejana: pão regional delicioso e azeitonas bem trabalhadas, queijinho fatiado, chouriço, torresmos. sopa de cação, açorda alentejana, carne frita à portuguesa, migas com carne de porco, frango do campo à moda da casa, jantarinho do monte. Fruta variada. Travesseiro de noiva. Delícia de amêndoa.

Escolhi as migas com carne de porco, por apelo da minha costela alentejana de Gândola, regadas com um belo Marquês de Borba. Cuidado com a Brigada de Trânsito ...

Ao fundo numa mesa estava um grupo de oito pessoas, completamente alheados do que se passava no restaurante. De repente elevou-se no ar uma voz, depois outra e outra. Que belas vozes, que belas cantigas, que belíssimo coro tipicamente alentejano.

Cantaram como se nada se passasse à sua volta. Cantaram para si próprios, como só os alentejanos sabem cantar.

Um local que vale a pena visitar ao domingo.


Das minas do Lousal, entre Canal Caveira e Ermidas do Sado, foram extraídas pirites de cobre entre 1900 e 1988.

Após o seu encerramento foi criada a Fundação Frederic Velge, que envolve a empresa proprietária da mina e a Câmara de Grândola. Esta fundação tem um projecto de dinamização com uma vertente cultural, uma vertente científica e outra pedagógica. O Museu Mineiro pretende preservar a memória e o conhecimento das gerações de trabalhadores que escavaram as minas do Lousal, hoje transformadas numa espécie de "local arqueológico", onde se pode observar e aprender o funcionamento da mina através dos vestígios do trabalho que lá foi feito ao longo das décadas.

Este espaço, que funciona nas próprias antigas instalações da mina (encerrada há já 13 anos), é o primeiro do seu género em Portugal, tendo sido inaugurado a 20 de Maio de 2001.

Entre outras características, destacam-se as estruturas de trabalho recuperadas especialmente para serem visitadas pelo público: instalações, escavações e galerias da mina (de momento, não visitáveis), e mesmo os motores da central eléctrica que abastecia não só a mina como também a população local.

(Fonte: Lifecooler)

2 comentários:

  1. O restaurante só está aberto ao Domingo?
    Só vale a pena ao Domingo? Porquê?

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  2. Porque os elementos do grupo coral vão lá almoçar todos os domingos.

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