O Pintor
Valente Ngwenya Malangatana nasceu em Matalana, Província de Maputo, a 6 de Junho de 1936.
Frequentou a Escola Primária em Matalana e posteriormente, em Maputo, os primeiros anos da Escola Comercial.
Foi pastor de gado, aprendiz de nyamussoro (médico tradicional), criado de meninos, apanhador de bolas e criado no clube da elite colonial de Lourenço Marques.
Tornou-se artista profissional em 1960, graças ao apoio do arquitecto português Miranda Guedes que lhe cedeu a garagem para atelier.
Acusado de ligações à FRELIMO (um dos movimentos para a independêcia de Moçambique), foi preso pela polícia política do regime ditatorial português aquando duma onda de prisões, que também levou à cadeia, entre outros, os poetas José Craveirinha e Rui Nogar.
Contrariamente aos seus companheiros, não se provou tal envolvimento pelo que acabou absolvido, após quase 2 anos de prisão.
No entanto, a pressão sobre ele exercia-se continuamente pois os seus quadros, embora não exactamente retratando a realidade, davam-na a entender muito bem. Vejam-se as obras desses anos e toda a simbologia que deles se desprende de denúnica do regime colonial.
Após a independência teve vários envolvimentos na área política, tendo sido deputado pelo Partido Frelimo de 1990 até 1994 e hoje é um dos seus membros mais distintos.
Foi um dos fundadores do Movimento para a Paz e pertence à Liga de Escuteiros de Moçambique.
Foi um dos criadores de Museu Nacional de Arte de Moçambique e procurou manter e dinamizar o Núcleo de Arte (associação que agrupa os artistas plásticos moçambicanos).
Muito ligado à criança, tem colaborado intensamente com a UNICEF e durante alguns anos fez funcionar a escolinha dominical "Vamos Brincar", uma escolinha de bairro.
Impulsionador, no passado, de um projecto cultural para a sua terra natal, Matalana, retoma-o, logo que a guerra termina, criando-se assim a Associação do Centro Cultural de Matalana.
Desde 1959 que participa em exposições colectivas em várias partes do mundo para além de Moçambique nomeadamente África do Sul, Angola, Brasil, Bulgária, Checoslováquia, Cuba, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grã-Bretanha, Holanda, índia, Islândia, Nigéria, Noroega, Paquistão, Portugal, RDA, Rodésia, Suécia, URSS e Zimbabwe.
A partir de 1961 realizou inúmeras exposições individuais em Moçambique e ainda na Alemanha, Áustria, Bulgária, Chile, Cuba, Estados Unidos, Espanha, Índia, Macau, Portugal e Turquia.
Tem murais pintados ou gravados em cimento em vários pontos de Maputo e na cidade da Beira, na África do Sul, no Chile, na Colômbia, nos Estados Unidos da América, na Grã-Bretanha, na Suazilândia e na Suécia.
A sua obra, para além dos murais e das duas esculturas em ferro instaladas ao ar livre é composta por Pintura, Desenho, Aguarela, Gravura, Cerâmnica, Tapeçaria, Escultura e encontra-se em vários museus e galerias públicas, bem como em colecções privadas, espalhadas por inúmeras partes do Mundo.
Malangatana foi membro do Júri do Primeiro Prémio Unesco para a Promoção das Artes, é membro permanente do Jurí "Heritage" no Zimbabwe, foi membro do Jurí da II Bienal de Havana e da Exposição Internacional de Arte Infantil de Moscovo.
Frequentou a Escola Primária em Matalana e posteriormente, em Maputo, os primeiros anos da Escola Comercial.
Foi pastor de gado, aprendiz de nyamussoro (médico tradicional), criado de meninos, apanhador de bolas e criado no clube da elite colonial de Lourenço Marques.
Tornou-se artista profissional em 1960, graças ao apoio do arquitecto português Miranda Guedes que lhe cedeu a garagem para atelier.
Acusado de ligações à FRELIMO (um dos movimentos para a independêcia de Moçambique), foi preso pela polícia política do regime ditatorial português aquando duma onda de prisões, que também levou à cadeia, entre outros, os poetas José Craveirinha e Rui Nogar.
Contrariamente aos seus companheiros, não se provou tal envolvimento pelo que acabou absolvido, após quase 2 anos de prisão.
No entanto, a pressão sobre ele exercia-se continuamente pois os seus quadros, embora não exactamente retratando a realidade, davam-na a entender muito bem. Vejam-se as obras desses anos e toda a simbologia que deles se desprende de denúnica do regime colonial.
Após a independência teve vários envolvimentos na área política, tendo sido deputado pelo Partido Frelimo de 1990 até 1994 e hoje é um dos seus membros mais distintos.
Foi um dos fundadores do Movimento para a Paz e pertence à Liga de Escuteiros de Moçambique.
Foi um dos criadores de Museu Nacional de Arte de Moçambique e procurou manter e dinamizar o Núcleo de Arte (associação que agrupa os artistas plásticos moçambicanos).
Muito ligado à criança, tem colaborado intensamente com a UNICEF e durante alguns anos fez funcionar a escolinha dominical "Vamos Brincar", uma escolinha de bairro.
Impulsionador, no passado, de um projecto cultural para a sua terra natal, Matalana, retoma-o, logo que a guerra termina, criando-se assim a Associação do Centro Cultural de Matalana.
Desde 1959 que participa em exposições colectivas em várias partes do mundo para além de Moçambique nomeadamente África do Sul, Angola, Brasil, Bulgária, Checoslováquia, Cuba, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grã-Bretanha, Holanda, índia, Islândia, Nigéria, Noroega, Paquistão, Portugal, RDA, Rodésia, Suécia, URSS e Zimbabwe.
A partir de 1961 realizou inúmeras exposições individuais em Moçambique e ainda na Alemanha, Áustria, Bulgária, Chile, Cuba, Estados Unidos, Espanha, Índia, Macau, Portugal e Turquia.
Tem murais pintados ou gravados em cimento em vários pontos de Maputo e na cidade da Beira, na África do Sul, no Chile, na Colômbia, nos Estados Unidos da América, na Grã-Bretanha, na Suazilândia e na Suécia.
A sua obra, para além dos murais e das duas esculturas em ferro instaladas ao ar livre é composta por Pintura, Desenho, Aguarela, Gravura, Cerâmnica, Tapeçaria, Escultura e encontra-se em vários museus e galerias públicas, bem como em colecções privadas, espalhadas por inúmeras partes do Mundo.
Malangatana foi membro do Júri do Primeiro Prémio Unesco para a Promoção das Artes, é membro permanente do Jurí "Heritage" no Zimbabwe, foi membro do Jurí da II Bienal de Havana e da Exposição Internacional de Arte Infantil de Moscovo.
A Poesia
Pensar alto
Pensar alto
Sim
às marrabentas
às danças rituais
que nas madrugadas
criam o frenesi
quando os tambores e as flautas entram a fanfarrar
fanfarrando até o vermelho da madrugada fazer o solo sangrar
em contraste com o verdurar das canções dos pássaros
sobre o já verduzido manto das mangueiras
dos cajueiros prenhes
para em Dezembro seus rebentos
dançarem como mulheres sensualíssimas
em cada ramo do cajual da minha terra
mas, sim ao orgasmo
das mafurreiras
repletas de chiricos
das rolas ciosas pela simbiose que só a natureza sabe oferecer
mas sim
ao som estridente do kulunguana
das donzelas no zig-zague dos ritos
quando as gazelas tão belas
não suportam mais quarenta graus à sombra dos canhueiros em flor
enquanto as oleiras da aldeia, desta grande aldeia Moçambique
amassam o barro dos rios
para o pote feito ser o depositário
de todo o íntimo desse Povo que se não cala disputando
ecoosamente com os tambores do meu ontem antigo.
(Valente Malangatana)
O Quadro
Vivências - Malangatana
Pintor (e personalidade) que muito aprecio.
ResponderEliminarAqui há bastantes anos, tive a oportunidade de comprar um quadro dele ( que estava a bom preço).
Hesitei e logo outra pessoa se antecipou...
Ah, esta minha ignorância extra Brasil. Jorge vc é mesmo oficialmente meu consultor cultural. Tanto a poesia qto a tela são incríveis.
ResponderEliminarabraço
Gosto muito de Malangatana.
ResponderEliminarEste quadro que escolheste é soberbo!
Parabéns!
E o poema, outra forma de arte e, ainda por cima, do mesmo autor, não lhe fica atrás.
Um grande beijo,
Milouska
Jorge, muito bom esses seus relatos.Tenho aprendido muito por aqui.
ResponderEliminarAbracos
O Malangatana é realmente especial.
ResponderEliminarConheci-o pessoalmente quando estive a fazer formação de docentes em Moçambique. Bon vivant, alegre, divertido, bom artista, é uma figura encantadora.
MALANGATANA NGWENYA
ResponderEliminarNão teve berço, nem brinquedo
Dormiu na esteira, no chão
E de noite sentia medo
Que ali chegasse o “papão”.
Em moleque, criado de meninos
Apanha bolas e pastor
Aprendiz de “nyamossoro”
Ansiava um Mundo melhor
Trazia em si a Arte, em cada poro.
Foi em Matalana que nasceu
E experimentou a arte de pintar
Desenhou e fez-se escultor
Dedicou-se à vida com trabalho
E deixou nele todo o seu amor.
Hoje cidadão do Mundo
Venerado em toda a parte
Não só pelo HOMEM que é
Mas também pela sua ARTE.
Em vez de um ADEUS, ATÉ JÁ !!!
ARFER